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    Maria Corina Machado denuncia nova prisão de um dos seus chefes de campanha

    Segundo o Ministério Público, o dirigente é acusado de envolvimento em “episódios violentos” registrados em Barinas em 15 de janeiro

    María Corina Machado em Caracas
    María Corina Machado em Caracas 24/10/2023 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

    Luciana Taddeoda CNN

    A líder opositora denunciou, neste sábado (9), a prisão de mais um dos seus chefes de campanha. Segundo ela, o diretor de Barinas de sua campanha, Emill Brandt, foi “sequestrado” apenas algumas horas após ela deixar o estado.

    Com Brandt, já são quatro os chefes de campanha de Machado presos na Venezuela. Os responsáveis pelos estados de Trujillo, Vargas e Yaracuy estão presos há 47 dias, segundo publicado pela ex-deputada em uma postagem intitulada “Alerta Mundial”.

    De acordo com a equipe da líder opositora, Brandt foi preso por “corpos repressores” na madrugada deste sábado e os familiares do diretor de campanha não sabem do seu paradeiro.

    “O dirigente estava sendo vítima de perseguição desde o passado 16 de janeiro, quando tentaram sequestrá-lo”, escreveu a equipe na rede social X, o antigo twitter, pedindo: “Basta de perseguição política”.

    Maria Corina, por sua vez, disse que esta ação constitui mais uma violação “ao já pisoteado Acordo de Barbados”, escreveu, em referência ao acordo, mediado pela Noruega e assinado no fim do ano passado entre o governo e a oposição, para que houvesse garantias para a realização de eleições transparentes no país.

    Machado exigiu “uma firme reação de todos os atores nacionais e internacionais que apoiam uma verdadeira eleição presidencial na Venezuela”, expressou, afirmando que continuará percorrendo o país para ganhar as eleições deste ano.

    Na tarde deste sábado, o Ministério Público afirmou que havia uma ordem de prisão contra Brandt, que não se apresentou à Justiça e por isso estava foragido. Segundo o organismo, o dirigente é acusado de envolvimento em “episódios violentos” registrados em Barinas em 15 de janeiro, “que fizeram parte do plano inicial de executar ações terroristas” em Táchira e depois Caracas.

    Segundo Saab, ele será indicado por conspiração, associação [criminosa], violência física de gênero desacato, por “agressões que perpetrou contra várias mulheres policiais e militares”.

    “A lei não permitirá que na Venezuela ocorra uma situação de anarquia e violência como atualmente ocorre no Haiti: onde um plano de ações funestas a margem da lei é executado nas ruas, levando inclusive ao assassinato do presidente da nação”, escreveu o procurador, em referência ao assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise em 2021, e à atual crise de segurança no pais caribenho, onde gangues controlam as ruas e exigem a renúncia do primeiro ministro Ariel Henry.

    Apesar de ter ganhado as eleições primárias da oposição, Maria Corina Machado está proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos, após uma sentença do Tribunal Superior de Justiça do país que a acusa de colaborar com a “corrupção” com o ex-deputado que se autoproclamou presidente Juan Guaidó e de defender sanções contra a Venezuela.

    No final de janeiro, o procurador geral do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, confirmou as prisões de Juan Freites, Luis Camacaro e Guillermo López, diretores de campanha de Machado, por supostamente estarem vinculados a uma conspiração.

    “Serviam como apoio logístico para grupos terroristas que queriam tomar quartéis militares, ocupar o governo e sequestrar o governador do estado de Táchira”, acusou Saab ao confirmar as prisões, após dias de a equipe de Machado denunciar a desaparição dos dirigentes.