Manifestações acontecem do lado de fora da Suprema Corte, nos Estados Unidos
Tribunal reverteu a decisão conhecida como Roe vs Wade, nesta sexta-feira (24), sustentando que não há mais um direito constitucional federal ao aborto
Grupos de manifestantes estão do lado de fora da Suprema Corte, nos Estados Unidos, depois que o tribunal reverteu a decisão conhecida como Roe vs Wade, nesta sexta-feira (24), sustentando que não há mais um direito constitucional federal ao aborto.
Imagens de vídeo mostram manifestantes segurando cartazes e cantando através de megafones.
“É uma traição comovente de metade do país”, disse a ex-promotora federal Jennifer Rodgers à CNN, engasgando um pouco ao ver os manifestantes. “Estou ficando – vendo as mulheres lá – é algo emocional”.
A opinião é a decisão mais consequente da Suprema Corte em décadas e transformará o cenário da saúde reprodutiva das mulheres nos Estados Unidos.
No futuro, os direitos ao aborto serão determinados pelos estados, a menos que o Congresso aja.
Veja os detalhes do caso agora anulado:
Caso
1971 – O caso foi aberto por Norma McCorvey, conhecida em documentos judiciais como Jane Roe, contra Henry Wade, promotor público do condado de Dallas, que impôs uma lei do Texas que proibia o aborto, exceto para salvar a vida de uma mulher.
Decisão
22 de janeiro de 1973 – A Suprema Corte dos Estados Unidos, em uma decisão de 7 a 2, afirma a legalidade do direito da mulher de fazer um aborto de acordo com a Décima Quarta Emenda da Constituição.
O tribunal considerou que o direito de uma mulher ao aborto se enquadrava no direito à privacidade (reconhecido em Griswold v. Connecticut) protegido pela Décima Quarta Emenda. A decisão deu à mulher o direito ao aborto durante toda a gravidez e definiu diferentes níveis de interesse do Estado para regular o aborto no segundo e terceiro trimestres.
A decisão afetou leis em 46 estados.
Cronograma Jurídico
- 1971 — A Suprema Corte concorda em ouvir o caso apresentado por Roe contra Wade, que estava aplicando a lei de aborto do Texas que havia sido declarada inconstitucional em um processo anterior no tribunal distrital federal. Wade estava ignorando a decisão legal e ambos os lados apelaram.
- 13 de dezembro de 1971 — O caso é discutido perante a Suprema Corte dos Estados Unidos.
- 11 de outubro de 1972 — O caso é reavaliado perante a Suprema Corte.
- 22 de janeiro de 1973 — A Suprema Corte dos Estados Unidos, em uma decisão de 7 a 2, afirma a legalidade do direito da mulher de fazer um aborto de acordo com a Décima Quarta Emenda da Constituição.
- 17 de junho de 2003 — McCorvey (Roe) apresenta uma moção ao tribunal distrital federal em Dallas para que o caso seja anulado e pede ao tribunal que considere novas evidências de que o aborto prejudica as mulheres. Estão incluídos 1.000 depoimentos de mulheres que dizem que se arrependem de seus abortos.
- 14 de setembro de 2004 — Um painel de três juízes do 5º Tribunal de Apelações dos EUA em Nova Orleans rejeita a moção de McCorvey para que o caso seja anulado, de acordo com o secretário do Tribunal.
- 2 de maio de 2022 — Em uma violação impressionante da confidencialidade e sigilo da Suprema Corte, o político obteve o que chama de rascunho de uma opinião majoritária escrita pelo juiz Samuel Alito que derrubaria a decisão de Roe vs. Wade de um direito constitucional federal ao aborto. A opinião sobre o caso não deve ser publicada até o final de junho. O tribunal confirma a autenticidade do documento em 3 de maio, mas ressalta que não é a decisão final.