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    Maduro impõe quarentena radical em Caracas após aumento de casos de Covid-19

    Anúncio foi feito pela vice-presidente Delcy Rodríguez nesta quarta-feira (14) e entra em vigor amanhã na região metropolitana de Caracas

    Luiz Raatz, da CNN, em São Paulo

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu implementar uma quarentena “radical” em Caracas e toda a região metropolitana em virtude do aumento de casos de Covid-19 na região.

    O anúncio foi feito pela vice-presidente Delcy Rodríguez nesta quarta-feira (14) e entra em vigor amanhã no Distrito Capital (o município de Caracas) e no Estado de Miranda, que engloba a região metropolitana.

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    “O presidente decidiu passar ao nível 1 da quarentena em virtude do aumento de casos”, disse Delcy em sua conta no Twitter. “A ação coordenada civil, policial e militar e a consciência dos cidadãos permitirão que essas medidas controlem o surto.

    Oficialmente, a Venezuela notificou 9,7 mil casos da doença, com 93 mortes. O número é baixo comparado aos vizinhos andinos que têm enfrentado problemas em controlar a doença, como o Peru, o Chile e o Equador.

    A oposição contesta a transparência do governo na divulgação dos dados da pandemia e acusa Maduro de tentar silenciar médicos que denunciam que o número de casos é bem maior. O governo diz que o auxílio de médicos cubanos e chineses  — dois dos principais aliados do chavismo no cenário internacional — ajuda a conter o surto, mas nos últimos meses as medidas de contenção vêm aumentando.

    No mês passado, o governo fechou o metrô de Caracas e ampliou o controle nas principais rodovias do país. 

    Reação à pandemia é vista com ceticismo

    O ceticismo em relação à pandemia no país também se explica em razão da grave e crônica crise no sistema de saúde venezuelano, que acompanha Maduro desde o início de seu governo, em 2013. 

    Com a crise cambial e de escassez que atinge a economia do país, hospitais públicos têm há anos dificuldades em importar remédios, equipamentos e reagentes para exames. O cenário caótico contribuiu para  diversos surtos de doenças consideradas erradicadas há anos no país, como dengue, malária e difteria, além de um aumento nos casos de doenças sexualmente transmissíveis. 

    Além disso, o fornecimento de água, crucial para higienização em tempos de coronavírus, é intermitente no país.