Macron diz que aplicação da proibição da abaya nas escolas francesas será “inflexível”
Proibição é a mais recente de uma série de restrições no país ao vestuário associado aos muçulmanos
As autoridades francesas serão “inflexíveis” na aplicação de uma nova proibição de abayas nas escolas, disse o presidente francês Emmanuel Macron nesta sexta-feira (31). O governo decidiu proibir a vestimenta, semelhante a um manto, a partir do próximo ano letivo.
A proibição, anunciada pelo Ministério da Educação da França, é a mais recente de uma série de restrições no país ao vestuário associado aos muçulmanos. A medida foi criticada por legisladores da oposição, que a qualificaram como campanha de islamofobia.
VÍDEO – França vai proibir o uso de abaya nas escolas públicas, diz ministro da Educação
Falando a jornalistas depois de visitar uma escola no sul da França, Macron reforçou a decisão. Ele reiterou que “símbolos religiosos de qualquer tipo não têm lugar” nas escolas francesas sob o princípio de “laicidade” do país.
“As escolas no nosso país são laicas, gratuitas e obrigatórias. Mas são laicas. Porque esta é a condição que torna a cidadania possível e, portanto, símbolos religiosos de qualquer tipo não têm lugar nelas. E defenderemos vigorosamente esse secularismo”, Macron comentou.
Os professores e diretores de escolas francesas “não serão deixados sozinhos” quando se trata de fazer cumprir a proibição, disse Macron, acrescentando que as autoridades francesas serão “inflexíveis nesse assunto”.
“E nas escolas secundárias ou faculdades mais sensíveis, serão enviados funcionários para apoiar diretores e professores para estabelecer um diálogo necessário com as famílias e os alunos. Mas não deixaremos nada passar”, afirmou. ele adicionou.
A França tem perseguido uma série de proibições e restrições controversas sobre peças do vestuário islâmico nos últimos anos, o que frequentemente atrai a ira de países muçulmanos. No ano passado, legisladores apoiaram a proibição do uso do hijab e de outros “símbolos religiosos” em competições desportivas.
Em 2018, o Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas disse que a proibição na França do niqab – véus que cobrem o rosto inteiro usados por algumas mulheres muçulmanas – violou os direitos humanos.