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    Lula se precipitou ao propor “clube da paz”, diz pesquisador de Harvard à CNN

    Hussein Kalout afirma que convite do G7 para o presidente é reconhecimento da liderança dele, mas adverte que diplomacia brasileira comete erros de leitura da situação geopolítica

    Américo Martins

    O cientista político Hussein Kalout afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a diplomacia brasileira se precipitaram ao propor a criação do chamado “clube da paz” como forma de resolver diplomaticamente a guerra na Ucrânia.

    Pesquisador na Universidade Harvard e ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Kalout é um dos maiores especialistas em relações internacionais do Brasil.

    Ele concedeu uma entrevista exclusiva à CNN, na qual afirmou que propor esse tipo de iniciativa para resolver o conflito “sem alinhar com os atores que estão diretamente envolvidos na equação e que tem interesse concreto e direto, e em particular os europeus, é um equívoco de leitura” da diplomacia brasileira.

    Kalout reconhece que o Brasil tem “envergadura” e “legitimidade” para fazer tais proposições. Mas ele acredita que o governo e o presidente deveriam ter sido mais cautelosos na proposição.

    “Lembre-se que depois que o Brasil propôs essa iniciativa, isso gerou uma reação negativa”, disse ele.

    Falando às vésperas da viagem de Lula ao Japão, o ex-secretário afirmou que o convite do G7 para o presidente participar da reunião de cúpula do grupo é um “reconhecimento de sua liderança”.

    No entanto, Kalout advertiu que o tema da guerra será muito sensível na reunião, visto que todos os países do G7 já têm uma posição “tomada e definitiva sobre o tema”.
    “Não será um discurso ou um gesto de apelo que modificará o eixo de posicionamento desses países”, disse ele.

    Procurado, o Ministério das Relações Exteriores afirma que a política externa brasileira é e continuará sendo de não alinhamento imediato com nenhuma outra potência. O Itamaraty lembra ainda que o Brasil condena, inclusive com votos no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU, a invasão russa e a violação da integridade territorial da Ucrânia. E o governo brasileiro afirma que é hora de o mundo começar a discutir a paz.

    Leia abaixo a íntegra da entrevista com o também conselheiro internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e Assessor Especial do Conselho de Relações Internacionais da Universidade Harvard.

    CNN: Qual a sua avaliação dessas primeiras viagens que o presidente fez nesses cinco meses?

    Hussein Kalout: Eu acho que as viagens presidenciais exercidas pelo presidente Lula são importantes, todas elas. Cada uma tem a sua importância e a sua dimensão. A viagem à China e a viagem aos Estados Unidos são estratégicas e significativas, mas elas não são comparáveis.

    A viagem à China teve um sentido econômico e comercial muito forte e foi uma viagem que buscou recuperar o hiato que havia na relação entre os dois países e o distanciamento imposto pela administração do governo [do ex-presidente Jair] Bolsonaro [PL].

    Portanto, a viagem à China tem um simbolismo muito importante. E, nesse sentido, o governo do presidente Lula buscou resgatar o aspecto estratégico dessa parceria bilateral.

    Em relação à visita aos Estados Unidos, ela foi mais curta. A visita a Washington não tinha um sentido comercial; não tinha um sentido econômico.

    O encontro na Casa Branca com o presidente [Joe] Biden tinha um sentido caracteristicamente político. A visita foi muito mais no sentido de fortalecer o apoio à democracia brasileira, tratar da paz climática e discutir mais especificamente a questão da guerra da Ucrânia.

    Portanto, a viagem aos EUA se insere no bojo de uma outra avaliação. Seu simbolismo se circunscreve dentro de um outro contexto. Essa missão é importante dentro de um outro sentido analítico.

    Já as viagens para a América Latina são fundamentais. A América Latina é a nossa circunstância, a América do Sul em particular.

    A ida à Argentina foi oportuna e a presença do presidente Lula na reunião da Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] foi um importante movimento para recolocar o Brasil de volta no mapa latino-americano, principalmente depois de [o ex-presidente Jair] Bolsonaro ter negligenciado a presença brasileira de seu próprio compasso geográfico.

    A [viagem a] Portugal é uma viagem de caráter mais litúrgico, é uma viagem que tinha um sentido celebrativo e que também Portugal e Espanha são portas muito importantes para o Brasil adensar as relações no âmbito da União Europeia e, em certo sentido, também para fazer avançar a implementação do acordo Mercosul-União Europeia.

    Portanto, olhando para essas missões, todas elas têm um certo sentido e tem o seu grau de importância.

    Hussein Kalout, cientista político e pesquisador
    Hussein Kalout, cientista político e pesquisador / Reprodução/CNN

    CNN: O Brasil voltou, como diz sempre o presidente Lula?

    Kalout: Obviamente, se você me perguntar: isso recolocou o Brasil no tabuleiro geopolítico mundial? Eu acho que o que coloca o Brasil no tabuleiro geopolítico mundial não são exclusivamente as viagens ao exterior.

    As missões oficiais ao exterior são um componente vital. Mas não só isso. Eu creio que o que coloca o Brasil de volta ao tabuleiro geopolítico internacional é uma conjunção de elementos.

    Primeiro, a credibilidade do presidente da República. Segundo, a qualidade da formulação de sua política externa. E, terceiro, a estratégia de execução de suas ações no plano externo.

    Se o excesso de ativismo não se traduzir em resultados concretos, isso pode minar a credibilidade da política externa e consequentemente do governo.

    É muito importante o balanceamento entre esses três aspectos. Isto é: entre a diplomacia presidencial, a qualidade da formulação da política externa e, também, entre a efetividade das ações. É preciso ler com muito realismo e pragmatismo a complexidade dos tabuleiros internacionais.

    CNN: Qual a sua avaliação neste momento, levando em consideração as viagens e não só as viagens, mas todo o conjunto da diplomacia? Qual é a sua avaliação para cada um desses três elementos?

    Kalout: Faltou ao governo observar com cuidado em como ranquear as prioridades. E entender o timing adequado de cada tabuleiro.

    Tentou-se interpretar de maneira, talvez, mais descompassada algumas necessidades que não são necessidades urgentes e peremptórias do Brasil.

    Entendo que as nossas necessidades mais imediatas e que nos dão maior peso gravitacional são a questão climática, a questão sul-americana e a questão do comércio. Isso nos dá tração, inclusive, para atuarmos em outras dimensões e até de forma mais concreta.

    O engajamento do Brasil em tabuleiros de maior complexidade requer mais prudência. Especialmente quando o cenário ainda não está decantado, como no caso da guerra da Ucrânia.

    Creio que nesse caso faltou uma calibragem melhor na abordagem. A ida do Celso Amorim [ex-chanceler e atual assessor especial para assuntos internacionais da Presidência] a Moscou e a vinda do chanceler russo, Sergei Lavrov, a Brasília, despertaram desconfianças.

    E logo depois geraram posicionamentos mais duros por parte dos Estados Unidos e da União Europeia.

    O Brasil teve que fazer uma correção de rota. O ministro Amorim foi enviado a Kiev [capital da Ucrânia], algo que aparentemente não estava programado ou planejado.

    CNN: Como avalia a ida do assessor internacional do presidente Lula, Celso Amorim, a Kiev?

    Kalout: Foi uma missão importante e relevante para dissipar as desconfianças que pairavam sobre a conduta e o discurso do Brasil [sobre a guerra].

    Não obstante, o quanto ou se os ucranianos se convenceram e acreditaram na mudança de tom e de postura do Brasil, isso eu não sei lhe precisar. Vamos aguardar a evolução do cenário.

    CNN: Ou seja, o Brasil tentou abraçar todas as grandes questões do mundo ao mesmo tempo e sem, talvez, ter peso para tudo isso?

    Kalout: O Brasil tentou abraçar, primeiro, as questões mais complexas sem reunir as condições necessárias e os recursos de poder para abraçar essas questões mais complexas. E sem esperar ou ter a paciência para observar melhor o jogo e o posicionamento dos múltiplos atores.

    Houve, talvez, uma afobação no intuito de exercer um ativismo para a construção rápida de um legado, porém, não se calculou o risco envolvido e o quanto isso é também algo consentâneo ao interesse nacional brasileiro.

    CNN: Quando você conversa com algumas das pessoas que ajudam a formular essa política externa, eles aparentemente tinham pressa em reconstruir as pontes. E por isso definiram essas viagens e resolveram fazer essa diplomacia presidencial de forma acelerada no início do governo. Isso denota uma certa pressa desnecessária ou era fundamental fazer isso mesmo?

    Kalout: Eu acho que para você recolocar o Brasil e reconstruir as pontes, é preciso primeiro olhar para os diversos tabuleiros de forma meticulosa e compreender as suas nuances.

    A geopolítica mundial mudou muito. As variáveis que funcionaram 20 anos atrás não se adequam à realidade e aos desafios dos problemas contemporâneos. Hoje vivemos num mundo mais competitivo, mais fragmentado e mais complexo.

    A métrica, o estilo, o engajamento e a abordagem para fazer política internacional nos dias atuais mudou completamente de 20 anos para cá. Isso exige mais prudência e maior capacidade de reflexão e análise sobre os movimentos que você quer fazer nas relações internacionais.

    Não acredito que há erro na reinserção, mas há precipitação na escolha e no delineamento de algumas estratégias. A reinserção era necessária, mas a escolha de algumas ferramentas ofuscou, em certo sentido, a qualidade dessa inserção na largada.

    CNN: Então você atribui alguns desses equívocos a escolhas estratégicas equivocadas, ou à escolha de algumas ferramentas desnecessárias, como uma excessiva verborragia? Ou você acha que o governo colocou algumas propostas que não deveria ter colocado?

    Kalout: Eu acho que algumas missões poderiam ter sido melhor preparadas. Um exemplo concreto: a ida do presidente ao Uruguai [Luis Lacalle Pou] era importante. Porém, se a ida ao Uruguai era para convencer o governo uruguaio a não assinar um acordo com a China, aí deveria preceder a ida do presidente Lula a Montevidéu, uma visita, digamos ministerial. Ou uma visita de um representante presidencial para discutir a viabilidade de um entendimento.

    Na medida em que você coloca o presidente numa missão e ele recebe um não do presidente uruguaio, você deixa o presidente brasileiro vulnerável. Precedia convencer o Uruguai a possibilidade de não negociar um acordo comercial com a China primeiro ter uma conversa com Pequim porque isso afeta o Mercosul, e segundo ter algo concreto a oferecer para o Uruguai.

    Portanto, era fundamental entender qual é a demanda uruguaia. Esse é um exemplo concreto que eu vejo que houve talvez uma certa precipitação.

    Outra precipitação: a proposição de um “clube da paz”. Eu não acho que o Brasil não tem a legitimidade ou não tem a envergadura para propor esse tipo de iniciativa.

    O Brasil tem legitimidade e tem envergadura. No entanto, acho que o Brasil deveria ter sido um pouco mais cauteloso na fórmula da proposição.

    Lembre-se que depois que o Brasil propôs essa iniciativa, isso gerou uma reação negativa por parte do presidente francês [Emmanuel Macron], que acabou tuitando uma mensagem em tom contundente, enfatizando que a França e a Alemanha conjuntamente já haviam proposto um plano de paz baseado em dez pontos, em resposta ao presidente Lula.

    Em certo sentido, a mensagem francesa foi basicamente no limite “desautorizando” o Brasil.

    Eu entendo que o Brasil propor isso, sem alinhar com os atores que estão diretamente envolvidos na equação e que tem interesse concreto e direto, e em particular os europeus, é um equívoco de leitura na minha avaliação.

    CNN: Então houve uma precipitação do governo brasileiro em tentar se engajar em alguns assuntos globais desconsiderando outros atores importantes, como a Turquia, por exemplo?

    Kalout: Eu não posso falar pelos outros, eu não estou lá presente para depurar como é que está sendo o processo de tomada de decisão. Eu entendo que o Brasil tem uma importante tradição em negociações comerciais. E o tempo de negociações comerciais obedece a uma lógica muito específica.

    Quando você vai para negociações de paz conexa a complexos conflitos armados, que envolvem domínio e conquista territorial, que envolvem potências militares, você precisa ter uma experiência profunda e conhecimento de geografia.

    Além disso, é preciso ter conhecimento de todas as propostas já postas e debatidas pelos diversos atores e ainda conhecer e estar familiarizado com a estratégia dos atores, de como eles negociam e o que eles buscam como objetivo securitário.

    Então, não me consta que, nos anos mais recentes, ou pelo menos nas duas ou três últimas décadas, o Brasil tenha participado de uma negociação de paz de alta complexidade como essa de Rússia e Ucrânia.

    Participar de um diálogo em torno de um processo de desarmamento como, por exemplo, o acordo nuclear iraniano, é totalmente diferente de uma guerra em curso.

    Especialmente, uma guerra de conquista territorial e que afeta o arcabouço securitário europeu e o equilíbrio de forças entre superpotências nucleares.

    CNN: A gente não falou da disputa mais de fundo, de China e Estados Unidos. Houve a questão da Ucrânia, as falas do presidente em território chinês, que levaram a uma reação forte dos Estados Unidos e da União Europeia. Houve uma visita do presidente à Huawei, uma empresa que é banida nos Estados Unidos ou praticamente banida. Erramos ali no ponto dessa disputa geopolítica entre americanos e chineses? Ou agimos da forma como deveríamos agir?

    Kalout: O problema da rivalidade entre Estados Unidos e China é um problema dos dois países. Não é um problema do Brasil. O nosso problema diz respeito à preservação dos nossos interesses nacionais.

    Se a Huawei é banida nos Estados Unidos, o problema é dos Estados Unidos. Não é nosso problema. Nós não temos problema com a China e muito menos com a Huawei.

    Então, de acordo com as leis brasileiras e com as normas regulatórias brasileiras, a Huawei é uma empresa que opera dentro da legalidade no Brasil.

    O problema, durante a visita do presidente à China, é que ele proferiu opiniões e essas opiniões foram percebidas em Washington como uma agressão gratuita aos Estados Unidos. Essas opiniões, em certa medida, ofuscaram os resultados da visita à China.

    Me parece que o formato da fala não era o adequado e isso gerou uma cobrança dos americanos, que certa ou errada, não agregou nada ao Brasil. Era perfeitamente evitável.

    Os americanos sabem que o Brasil vai manter uma relação preferencial, estratégica e profunda com a China. Até porque o Brasil não tem como substituir essa relação comercial com a China.

    O que eles na verdade não esperam é que o Brasil adote uma postura desequilibrada no âmbito desta competição que existe entre os dois. Assim como a China não deseja que o Brasil tome uma posição de desequilíbrio em favor dos Estados Unidos.

    CNN: O Alberto Fernández, presidente da Argentina, esteve em Brasília e conversou com o presidente Lula. Basicamente, pediu uma ajuda econômica ao Brasil. E o presidente Lula disse que fará tudo o que for necessário para ajudar a Argentina. Qual a sua avaliação?

    Kalout: Toda liderança regional traz um custo. Os Estados Unidos lideram no mundo e o preço de sua liderança lhes impõe concessões. A China quer liderar no mundo e o custo de sua liderança também lhe impõe concessões.

    As potências europeias lideram em alguns espaços geográficos e isso lhes impõe algumas concessões. E não é diferente com o Brasil. Se o Brasil pretende liderar na América do Sul ou na América Latina, o Brasil terá que fazer concessões.

    Eu entendo que a Argentina é um parceiro estratégico vital. É um país amigo e o Brasil não pode virar as costas para Argentina. O Brasil, em podendo, eu entendo que o presidente acertadamente tem que estender a mão e ajudar a Argentina. A questão é avaliar qual é a fórmula dessa ajuda. A fórmula precisa ser em acordo com as normas brasileiras e precisa ser dentro dos marcos legais.

    E sem prejudicar o interesse nacional brasileiro. Se essa ajuda estiver enquadrada em todos esses elementos, qual é o problema de ajudar a Argentina? E se podemos atuar em foros internacionais para apoiar a ajuda a Argentina, também, não vejo nenhum inconveniente.

    CNN: Mas uma observação crítica disso seria ajudar a Argentina na véspera de uma eleição em que você tem um cenário muito indefinido, com o risco muito grande do atual governo ou dos aliados do atual governo, que é um governo de esquerda, perder as eleições. Então uma crítica possível é de que talvez exista algum oportunismo nessa proposta de ajuda neste momento?

    Kalout: Eu discordo da palavra oportunismo. Eu explico. O Brasil tradicionalmente olha para a Argentina e mensura essa relação sob o prisma de uma política de Estado.
    Tradicionalmente, quando o Brasil busca ajudar a Argentina, o Brasil o faz olhando para a preservação do equilíbrio e da estabilidade no Cone Sul.

    O Brasil já estendeu a mão para a Argentina durante o governo [José] Sarney [1985-1990], durante o governo Fernando Henrique Cardoso [1995-2002], durante os primeiros governos do presidente Lula. Isso não é novidade. Portanto, isso não tem uma correlação ideológica e tampouco uma correlação com o processo eleitoral argentino.

    O entendimento brasileiro se baseia em impedir que o país vizinho entre em processo de convulsão social.

    Em suma, o Brasil não pode esperar até depois do resultado da eleição para tentar ajudar a estabilizar uma possível convulsão socioeconômica, entende?

    Ademais, essa ajuda vai se materializar ao longo dos próximos anos que pode ser um governo do atual corte ideológico ou pode ser um governo de outro corte ideológico.

    Porque uma Argentina fraca, instável economicamente e socialmente, é muito ruim para o Mercosul e é muito ruim para o Brasil. E é ruim para a implementação do acordo do Mercosul com a União Europeia.

    CNN: Como você vê a viagem do presidente Lula para a reunião do G7 no Japão? O que podemos obter de ganhos e benefícios para o Brasil?

    Kalout: É muito relevante o retorno do Brasil ao encontro do G7. Além de ser uma expressão de prestígio e de respeito ao Brasil é, também, uma expressão de reconhecimento à liderança do presidente Lula.

    Espero que o presidente saiba comunicar os interesses mais precípuos do país. É preciso focar nos tabuleiros que nos trazem ganhos concretos e que geram soluções efetivas para combater a desigualdade, a fome, a miséria e o desemprego.

    Isso não quer dizer que temas como a paz climática, Amazônia e investimentos em economia verde não devam ser abordados. Pelo contrário, são os temas que melhor projetam e dão impulsão ao Brasil e ao governo para articular inclusive outros temas internacionais de maior complexidade.

    A única recomendação que eu faria é tomar o devido cuidado de como abordar a tema da Ucrânia.

    Os países do G7 já possuem uma posição firmada e definitiva sobre a matéria e, portanto, não será um discurso ou um gesto de apelo que modificará o eixo de posicionamento desses países. O Brasil precisa ter uma estratégia inteligente, crível e eficiente de abordagem.