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    Lula diz que colonos de Israel invadem a Palestina e a ONU não faz nada porque está enfraquecida

    Desde que Israel assumiu o controle da Cisjordânia, em 1967, israelenses tem colonizada a região

    Flávio Ismerimda CNN , São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante sua live semanal “Conversa com o Presidente” nesta terça-feira (24), que a ONU não atua para impedir que colonos israelenses invadam territórios palestinos porque está enfraquecida.

    “Todo dia a gente vê que colônias de Israel invadem a terra dos palestinos e a ONU não faz nada, porque a ONU está enfraquecida”, disse Lula.

    O chefe do Executivo pediu que Israel e Palestina fiquem com os territórios que lhe foram demarcados na ONU e cobrou mais interferência da organização para a resolução do conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas.

    “É preciso que a gente consiga que lá, lá no Oriente Médio, Israel fique com o território que é seu e está demarcado pela ONU e os palestinos tenham o direito de ter as suas terras, é simples assim e não precisa ninguém ficar invadindo a terra de ninguém”, defendeu.

    Tensões na Cisjordânia

    Na fala, Lula fez referência à Cisjordânia, território palestino a oeste do rio Jordão, adjacente a Israel e à Jordânia.

    Desde que Israel assumiu o controle e ocupou a Cisjordânia, em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, ela tem sido colonizada por civis israelenses, muitas vezes sob proteção militar.

    A maior parte do mundo considera estes colonatos ilegais à luz do direito internacional. Mas, apesar disso, sucessivos governos israelenses prometeram apoiá-los.

    Israel vê a Cisjordânia como “território disputado” e afirma que a sua política de colonatos é legal. Este ano, após a eleição do governo mais direitista e extremista da história de Israel, sob a liderança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a violência entre colonos e palestinos na Cisjordânia aumentou.

    Os colonos são há muito tempos acusados ​​de praticar atos de violência contra os palestinos. Além de assassinatos, esses ataques incluíram incidentes de agressão física, danos materiais e assédio.

    Brasil no Conselho de Segurança da ONU

    O Brasil, que preside o Conselho de Segurança da ONU, tem se posicionado internacionalmente e lidera os debates a favor da abertura de corredores humanitários e do cessar-fogo na guerra.

    Na live, o presidente cobrou diretamente os Estados Unidos. Segundo Lula, os norte-americanos e a ONU poderiam interferir mais para resolver o fim do conflito.

    “Se a ONU tivesse força, a ONU poderia ter uma interferência maior. Os Estados Unidos poderiam ter uma maior interferência, mas as pessoas não querem. As pessoas querem guerra, querem incentivar o ódio, querem estimular o ódio e eu não vejo assim. Podem me criticar quanto quiserem. O Lula vai continuar falando em paz”, afirmou Lula.

    Veja imagens da guerra entre Israel e Hamas

    No sábado (22), durante a Cúpula da Paz do Cairo convocada pelo Egito à qual foi enviado para representar Lula, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que “o Brasil seguirá atuando incessantemente para evitar a escalada do conflito, e buscará construir acordos que protejam a população civil, aliviem a dramática situação humanitária e garantam a segurança dos agentes de ajuda humanitária.”

    O Conselho se reúne novamente nesta terça-feira (24) para debater a guerra. Na quarta-feira (18), data do último encontro do grupo, os Estados Unidos foram o único país a votar contra e usaram seu poder de membro-permanente para vetar uma resolução desenhada pelo Brasil sobre o conflito.

    O texto condenava toda a violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo e apelava à libertação imediata e incondicional de todos os reféns. A resolução proposta pelo Brasil pedia ainda pausas no conflito que permitissem o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, região onde a guerra está concentrada.

    Vídeo: Nova resolução dos EUA na ONU destaca direito de Israel

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