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    Lukashenko diz que Putin pode deslocar mais armas nucleares para Belarus

    Menção de armas estratégicas nucleares representa um aumento no tom na retórica de Lukashenko. Enquanto armas táticas são confeccionadas para uso em um campo de batalha limitado – para destruir um posto de comando ou uma coluna de tanques, por exemplo – armas nucleares estratégicas são planejadas para destruir cidades inteiras

    Ivana Kottasováda CNN

    A Rússia pode deslocar mais armas nucleares estratégicas para Belarus, além das armas nucleares de uso tático que Moscou já planeja transportar para o país aliado, disse o presidente belarusso Alexander Lukashenko durante um recado à nação nesta sexta-feira (31).

    O presidente russo Vladimir Putin anunciou na semana passada que Moscou finalizaria a construção de um depósito para armas nucleares táticas em Belarus no início de julho. Após dias em silêncio, Lukashenko aprovou a movimentação na sexta-feira, anunciando que intensificou o diálogo com Putin sobre o deslocamento tanto de armas nucleares táticas, quanto de armas nucleares estratégicas no país.

    A menção de armas estratégicas nucleares representa um aumento no tom na retórica de Lukashenko. Enquanto armas táticas são confeccionadas para uso em um campo de batalha limitado – para destruir um posto de comando ou uma coluna de tanques, por exemplo – armas nucleares estratégicas são planejadas para destruir cidades inteiras. A Rússia ainda não anunciou planos de enviar armas nucleares estratégicas para Belarus.

    Lukashenko, que vem pedindo armas nucleares para Putin há algum tempo, alegou que Belarus precisa das armas em razão dos aliados ocidentais da Ucrânia estariam planejando um golpe contra ele. Ele acusou infundadamente países ocidentais de estarem “se preparando para invadir” Belarus através da Polônia e “destruí-lo”.

    “Se necessário, Putin e eu decidiremos e introduziremos armas nucleares estratégicas aqui. E eles precisam entender isso… não pararemos por nada, de proteger nossos países, nossos estados e nossos povos”, disse o líder belarusso segundo a agência de notícias estatal BELGA.

    Os dois líderes devem reunir-se na próxima semana.

    A líder da oposição belarussa Sviatlana Tsikhanouskaya disse à CNN na segunda-feira que a decisão da Rússia de estacionar armas nucleares táticas em seu vizinho “mira subjugar Belarus”.

    “Não somos um país nuclear e não queremos deslocar armas nucleares em nosso estado”, ela disse, acrescentando que a decisão viola a constituição de Belarus.

    Belarus é um dos poucos aliados da Rússia em sua guerra contra a Ucrânia. Apesar de o exército do país não estar diretamente envolvido na luta, Belarus ajudou a Rússia a iniciar sua invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, permitindo que as tropas do Kremlin entrassem no país através do seu território.

    Putin disse na semana passada que Moscou já transferiu um sistema de mísseis Iskander de baixo alcance para Belarus. O dispositivo pode ser carregado com ogivas comuns ou nucleares. No entanto, o líder russo disse que não transferiria o controle das armas nucleares táticas para Lukashenko, adotando uma prática semelhante à de Washington de alocar armas nucleares na Europa para impedir os países hospedeiros, como a Alemanha, de quebrar seus compromissos como países não-nuclearizados.

    “Nossos aviões também podem carregar ogivas nucleares. Vocês ouviram do presidente da Rússia sobre planos conjuntos para criar a infraestrutura apropriada no território de Belarus. Somente quero esclarecer: Toda a infraestrutura foi criada e está pronta”, disse Lukashenko.

    Lukashenko disse que Minsk e Moscou fariam “qualquer esforço e meios para assegurar sua soberania e independência”. Ele especificamente acusou a Polônia e seus vizinhos ocidentais “zelosos” de reforçar a “formação de determinados regimentos, estandartes, legiões” para um “golpe em Belarus”.

    Endereçando a nação na televisão estatal, Lukashenko também clamou pela pausa das “hostilidades” na Ucrânia.

    “É necessário parar as hostilidades na Ucrânia e declarar uma trégua que proíba os dois lados de mover grupos de soldados e de transferir armas, munição, mão de obra e equipamento. Tudo parado, congelado”, disse Lukashenko.

    No entanto, Rússia e Ucrânia imediatamente recusaram a proposta.

    O conselheiro presidencial sênior ucraniano Mykhailo Podolyak disse que não pode haver um cessar-fogo enquanto forças russas continuarem a ocupar o território da Ucrânia.

    “Qualquer cessar-fogo significaria o direito [da Federação Russa] de ficar nos territórios ocupados. Isso é totalmente inadmissível”, disse Podolyak.

    O Kremlin também desconsiderou a proposta na sexta-feira. “No contexto da Ucrânia, nada muda. As operações militares especias continuam, porque, no momento, é a única forma de atingir os objetivos que nosso país enfrenta”, disse o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em uma reunião de rotina com jornalistas.

    Apesar de pedir trégua, Lukashenko enviou um aviso para o Ocidente, de que Moscou seria obrigada a usar o “poder total de seu complexo industrial-militar e exército para prevenir a escalação do conflito – munição de fósforo, urânio empobrecido e enriquecido – tudo entrará em ação se engano e até mesmo o menor movimento através da fronteira da Ucrânia será notado”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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