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    Londres tem mais estátuas de animais do que de mulheres e negros, diz estudo

    8% das esculturas públicas retratam animais, enquanto apenas 4% retratam mulheres e 1% negros

    Existem quatro estátuas "Landseer Lions" na Praça Trafalgar, em Londres
    Existem quatro estátuas "Landseer Lions" na Praça Trafalgar, em Londres lunamarina/Adobe Stock Photo

    Hannah Ritchieda CNN

    Londres tem mais esculturas públicas de animais do que de mulheres ou negros, revelou um novo estudo.

    Em Londres, 8% das esculturas públicas retratam animais, enquanto apenas 4% retratam mulheres, de acordo com o estudo da instituição de caridade britânica Art UK, publicado na quinta-feira (21).

    Negros representam apenas 1% das esculturas da cidade, com mulheres negras respondendo por 0,2%, concluiu.

    Os números contrastam com as estátuas e esculturas dedicadas aos homens, que representam mais de 20% dos 1.500 monumentos da cidade e mais de 79% de todas as estátuas dedicadas a “pessoas nomeadas”, disse o relatório.

    Realeza, figuras militares, políticos, escritores, artistas, designers e atores estão entre os temas masculinos mais comumente retratados, disse Art UK.

    O grupo vem coletando dados sobre as esculturas de Londres desde 2017, como parte de um grande projeto de pesquisa, que é financiado em parte pela prefeitura. Entre as maiores cidades do Reino Unido, Londres tem a maior porcentagem de esculturas dedicadas à mulheres.

    Em todo o país, a Rainha Vitória, que reinou de 1819 a 1901, é a mulher mais representada.

    Muitos dos monumentos da Grã-Bretanha enfrentaram um acerto de contas desde os protestos globais contra o racismo sistêmico e a desigualdade no ano passado.

    Em junho de 2020, manifestantes do Black Lives Matter em Bristol, Reino Unido, derrubaram uma estátua do comerciante de escravos do século 17, Edward Colston, e a rolaram pelas ruas antes de despejar no rio Avon.

    Naquele mesmo mês, um conselho local em Dorset, no sul da Inglaterra, anunciou que removeria uma estátua do fundador do Escoteiro, Robert Baden-Powell, seguindo o conselho da polícia de que estava em uma “lista de alvos para ataque”. Os críticos de Baden-Powell dizem que ele tinha opiniões homofóbicas e racistas.

    Com uma história colonial de séculos – e uma mania por erguer estátuas no século 19 – as cidades britânicas são pontilhadas por monumentos de figuras como Colston e Baden-Powell.

    O prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou uma comissão em junho de 2020 para examinar o futuro dos marcos na capital do Reino Unido, incluindo murais, arte de rua, nomes de ruas e estátuas.
    A Comissão para a Diversidade no Reino Público tem como objetivo melhorar a “diversidade no domínio público de Londres, para garantir que os marcos da capital reflitam adequadamente as conquistas e a diversidade de Londres”.

    Este ano, a Comissão anunciou que iria criar um fundo de 1 milhão de libras (aproximadamente  R$ 780 milhões) para criar novos marcos em Londres que “refletissem melhor a diversidade da capital e as realizações de todos que contribuíram para o sucesso da cidade.”

    O estudo da Art UK é a primeira auditoria abrangente dos monumentos públicos de Londres e será usado para informar o trabalho da Comissão.

    (Texto traduzido, leia original em inglês aqui)