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    Lista de presença de Xi Jinping para Olimpíada em Pequim é repleta de autocratas

    Presença de Vladimir Putin, Mohammed bin Salman, Abdel Fattah Al-Sisi, entre outros, enviam a mensagem de um afastamento crescente da China do Ocidente

    Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping
    Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping Sputnik/Ramil Sitdikov/Kremlin via Reuters - 13/11/2019

    Simone McCarthyda CNN

    Em Hong Kong

    Quando o líder chinês Xi Jinping abrir a Olimpíada de Inverno de Pequim, na sexta-feira (4), ele estará cercado de líderes que pouco provavelmente irão reprimir as preocupações de que os Jogos estão impulsionando um regime autoritário.

    Dos cerca de 20 presidentes, primeiros-ministros, chefes de estado e membros de realezas que devem comparecer à cerimônia de abertura da competição, quase metade dessas autoridades vêm de países autoritários com vários outros listados como “regimes híbridos”, como classificado pelo Índice de Democracia da Unidade de Inteligência do The Economist em 2020.

    Líderes democráticos, incluindo os de Singapura, Argentina, Equador, Mongólia, Polônia e Sérvia, estão em uma lista de presença divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores da China na semana passada, antes de um torneio já atormentado por controvérsias.

    As ausências notáveis serão os líderes de democracias de destaque, como do Reino Unido, Austrália e Canadá, que se incluíram em um boicote dos Jogos, citando as violações de direitos humanos exercidas por Pequim. Outros, entre eles os líderes da Nova Zelândia, da Holanda, Suécia e Áustria, declinaram o convite, citando a pandemia ou os controles restritivos contra a Covid-19 na região.

    Por outro lado, a presença do presidente russo Vladimir Putin, do príncipe da Arábia Saudita Mohammed bin Salman, o presidente Abdel Fattah Al-Sisi do Egito, entre outros, enviarão a mensagem de um afastamento crescente da China do Ocidente, e também de um bloco emergente de líderes autoritários que apoiam o regime de Pequim.

    Essa imagem tem sido amplificada pela fanfarra rodeando a visita de Putin, cuja viagem para Pequim ocorre em um momento de tensões afloradas com os EUA e seus aliados, em meio a preocupações sobre se o líder russo está planejando uma invasão da Ucrânia.

    Putin – que deve encontrar Jinping na sexta-feira – divulgou uma carta na mídia estatal chinesa na quinta-feira, elogiando a “nova era” das relações entre China e Rússia. Ele também destacou o estreitamento dos laços econômicos e de energia entre os países vizinhos e citou planos para discussões de assuntos chave nas “agendas regional global” com o líder chinês.

    É esperado que Xi seja anfitrião de reuniões bilaterais e banquetes para autoridades, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, de acordo com Pequim.

    A controvérsia que cerca a Olimpíada está recrudescendo nos últimos meses, enquanto governos e grupos apontam para alegados abusos dos direitos humanos pela China, contra os uigures e outras minorias islâmicas em Xinjiang – as quais Washington argumenta configurarem genocídio – assim como a repressão de liberdades em Hong Kong e tentativas de intimidar Taiwan.

    Na semana passada, a coalizão de mais de 200 organizações convocaram mais nações a participar do boicote diplomático.

    “Não é possível que os Jogos Olímpicos sejam uma ‘força para o bem’, como afirma o Comitê Olímpico Internacional, enquanto o governo anfitrião está cometendo graves crimes violando as leis internacionais”, disse Sophie Richardson, diretora do departamento que observa a China na Human Rights Watch, em nota promovendo o boicote.

    A organização sediada em Nova York também alertou os atletas viajando para os Jogos sobre falar de problemas com direitos humanos enquanto estiverem na China, a partir de preocupações sobre confrontar o regulamento chinês.

    Pequim contra-argumentou fortemente no que enxerga como uma “politização” da Olimpíada, com o ministro de Relações Exteriores Wang Yi dizendo no ano passado que boicotes diplomáticos não impactariam os Jogos.

    As “manobras políticas de alguns políticos ocidentais não atrapalharão uma Olimpíada explêndida, mas apenas expõem suas más intenções”, disse.

    O Comitê Olímpico Internacional mostra os Jogos como um portal para “competição pacífica” entre as nações.

    Além da competição esportiva, as Olimpíadas são há muito tempo um veículo para líderes mundiais se encontrarem informalmente, e uma oportunidade tanto para conversas amistosas ou frieza.

    Em 2018, o então vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que ele escolheu ignorar ativamente a irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, Kim Yo Jong, na cerimônia de abertura da Olimpíada de Inverno de PyeongChang, na época citando sua posição como “irmã de um ditador” e líder dos eforços propagandistas da Coreia do Norte.

    A Olimpíada deste ano deve ser ainda mais restrita, enquanto medidas rígidas contra a Covid-19 desencorajaram torcidas nas arquibancadas. A Olimpíada de Tóquio, que ocorreu no ano passado, também viu a presença de líderes mundiais minguar, principalmente devido à pandemia.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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