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    Linha do tempo: da insurgência ao poder, a história do Talibã no Afeganistão

    Surgido em 1994 após o fim da invasão da União Soviética, grupo islâmico volta ao poder 20 anos após governar o país

    Da CNN

    Relembre os principais fatos e momentos na história do Talibã, organização islâmica sunita que opera principalmente no Afeganistão e no Paquistão.

    Fatos

    • O líder recluso mulá Mohammed Omar liderou o Talibã de meados da década de 1990 até sua morte, em 2013.
    • Talibã, em pashto, é o plural de Talib, que significa estudante. A maioria dos membros do grupo é pashtun, o maior grupo étnico do Afeganistão.
    • O número exato de membros do Talibã é desconhecido.
    • O objetivo do grupo é impor sua interpretação da lei islâmica – a sharia – ao Afeganistão e remover a influência estrangeira do país.

    Linha do tempo

    • 1979-1989 – A União Soviética invade e ocupa o Afeganistão. Os combatentes da resistência afegã, conhecidos coletivamente como mujahedeen, revidam.
    • 1989-1993 – Após a retirada da União Soviética, confrontos entre os mujahedeen leva ao caos no país.
    • 1994 – O Talibã é formado, composto em sua maioria por estudantes e liderado por Omar.
    • Novembro de 1994 – O Talibã toma a cidade de Kandahar.
    • Setembro de 1996 – A capital afegã, Cabul, cai nas mãos do Talibã.
    • 1996-2001 – O grupo impõe leis islâmicas estritas ao povo afegão. As mulheres devem se cobrir da cabeça aos pés, não podem frequentar escolas ou trabalhar fora de casa e são proibidas de viajar sozinhas. TV, música e feriados não islâmicos também são proibidos.
    • 1997 – O Talibã renomeia o Afeganistão como Emirado Islâmico do Afeganistão. O país só é oficialmente reconhecido pelo Paquistão, pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos.
    • 1997– Omar estabelece um relacionamento com Osama bin Laden, que muda sua base de operações para Kandahar.

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    • Agosto de 1998 – O Talibã captura a cidade estratégica de Mazar-e-Sharif, ganhando o controle de cerca de 90% do Afeganistão.
    • 7 de outubro de 2001 – Menos de um mês depois que terroristas ligados à Al-Qaeda realizaram os ataques de 11 de setembro, forças americanas e aliadas começam uma invasão do Afeganistão chamada Operação Liberdade Duradoura, para impedir que o Talibã forneça refúgio para a Al-Qaeda e impedir o uso do país como base de operações para atividades terroristas.
    • 7 de dezembro de 2001 – O Talibã perde seu último grande reduto quando é derrotado na cidade de Kandahar.
    • Dezembro de 2006 – O líder Talibã mulá Akhtar Mohammad Osmani é morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos.
    • 11 de dezembro de 2007 – Comandantes aliados relatam que tropas afegãs apoiadas pela Otan recapturaram a cidade provincial de Musa Qala.
    • 21 de outubro de 2008 – O ministro das Relações Exteriores, Saud al-Faisal, confirma que a Arábia Saudita sediou conversas entre autoridades afegãs e o Talibã em setembro. Nenhum acordo foi feito.
    • 25 de abril de 2011 – Centenas de prisioneiros escapam de uma prisão em Kandahar rastejando por um túnel. O Talibã assume a responsabilidade pela fuga e afirma que 541 prisioneiros escaparam; a Força Internacional de Assistência à Segurança liderada pela Otan fala em 470 fugitivos.
    Combatentes do Talibã enfrentam outros grupos islâmicos nos arredores de Cabul
    Combatentes do Talibã enfrentam outros grupos islâmicos nos arredores de Cabul
    Foto: Robert Nickelsberg – 1.fev.1995/Getty Images
    • 10 de setembro de 2011 – Dois civis afegãos são mortos e 77 soldados dos EUA são feridos na explosão de um caminhão-bomba na entrada do Posto Avançado de Combate Sayed Abad, uma base da das forças internacionais na província de Wardak. O Talibã assume a responsabilidade pelo ataque.
    • 13 de setembro de 2011 – Militantes do Talibã abrem fogo contra a embaixada dos EUA e a sede da Força Internacional de Apoio à Segurança (ISAF) no centro de Cabul. Três policiais e um civil são mortos.
    • 27 de fevereiro de 2012 – O Talibã assume a responsabilidade por um atentado suicida perto do portão da base da ISAF no aeroporto de Jalalabad, no Afeganistão. Pelo menos 9 pessoas morreram e 12 ficaram feridas na explosão. O Talibã afirma que o bombardeio é uma retaliação pela queima de Alcorões pelas tropas da Otan.
    • 18 de junho de 2013 – Um escritório político oficial do Talibã é inaugurado em Doha, capital do Catar. O Talibã afirma que espera melhorar as relações com outros países e chegar a uma solução pacífica no Afeganistão.
    • 21 de setembro de 2013 – Um oficial paquistanês anuncia que o mulá Abdul Ghani Baradar, um dos membros fundadores do Talibã, foi libertado da prisão. Baradar foi capturado em Karachi, no Paquistão, em 2010.
    • 31 de maio de 2014 – Os Estados Unidos transferem cinco detidos da Baía de Guantánamo para o Catar em troca da libertação do sargento do Exército dos EUA Bowe Bergdahl. Acredita-se que Bergdahl era prisioneiro do Talibã e da rede Haqqani, alinhada à Al-Qaeda, no Paquistão. Os detidos libertados são Khair Ulla Said Wali Khairkhwa, mulá Mohammad Fazl, mulá Norullah Nori, Abdul Haq Wasiq e Mohammad Nabi Omari.

    • 29 de julho de 2015 – Um porta-voz do governo afegão disse em um comunicado à imprensa que o líder do Talibã morreu em abril de 2013 no Paquistão, citando “informações confiáveis”. Um porta-voz do serviço de inteligência do Afeganistão disse à CNN que Omar morreu em um hospital em Karachi.
    • 28 de setembro de 2015 – Os insurgentes do Talibã ocupam a rotatória principal na capital da província afegã de Kunduz e, em seguida, libertam mais de 500 presos.
    • 21 de dezembro de 2015 – Um oficial da polícia diz que as forças do Talibã assumiram o controle quase total sobre Sangin, uma cidade estrategicamente importante na província de Helmand, no Afeganistão.
    • 21 de maio de 2016 – O líder talibã mulá Akhtar Mohammad Mansour é morto em um ataque aéreo no Paquistão.
    • 25 de maio de 2016 – O Talibã nomeia Mawlawi Haibatullah Akhundzada como seu novo líder. Ele é um clérigo religioso sênior da geração fundadora do Talibã.
    • 25 de janeiro de 2017 – O Talibã lança uma carta aberta ao recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, em que pede a retirada das forças dos EUA do Afeganistão.
    • 11 de fevereiro de 2017 – O Talibã assume a responsabilidade pela explosão de um carro-bomba que mata pelo menos oito pessoas em Lashkar Gah, capital da província de Helmand, no Afeganistão.
    • 21 de abril de 2017 – O Talibã ataca uma base do exército no norte do Afeganistão, matando ou ferindo mais de 100 pessoas.
    • 25 de julho de 2017 – A CNN obtém vídeos exclusivos que sugerem que o Talibã recebeu armamento aprimorado no Afeganistão que parece ter sido fornecido pelo governo russo. Moscou nega categoricamente ter armado o grupo.
    • 3 de agosto de 2017 – Forças do Talibã e do Estado Islâmico lançam um ataque conjunto a uma vila no norte do Afeganistão, matando 50 pessoas, incluindo mulheres e crianças, segundo autoridades locais.
    • 27 de janeiro de 2018 – Um agressor dirigindo uma ambulância cheia de explosivos detona o veículo em Cabul, matando 95 pessoas e ferindo outras 191, segundo autoridades afegãs. O Talibã assume a responsabilidade.
    • 28 de fevereiro de 2018 – O presidente afegão Ashraf Ghani diz que o governo está disposto a reconhecer o Talibã como um partido político legítimo como parte de um possível acordo de cessar-fogo.
    • 12 de abril de 2018 – Pelo menos 14 pessoas, incluindo um governador de distrito, morrem e pelo menos 5 ficam feridas em um ataque do Talibã na província de Ghazni, no sudeste do Afeganistão.
    • 30 de maio de 2018 – Militares dos EUA dizem que as tropas americanas mataram “dezenas” de líderes do Talibã quando uma barragem de artilharia atingiu uma reunião de comandantes insurgentes em 24 de maio.
    • 7 de junho de 2018 – Em uma mensagem de vídeo, Ghani anuncia que as forças afegãs concordaram com um cessar-fogo com o Talibã entre 12 e 21 de junho. A trégua proposta coincide com o feriado de Eid al-Fitr, período durante o qual os muçulmanos celebram o fim do Ramadã, o mês sagrado do jejum islâmico.
    • 9 de junho de 2018 – Combatentes do Talibã matam 17 policiais afegãos em um ataque a uma base antes do amanhecer, poucas horas antes de o grupo militante pedir um cessar-fogo de três dias.
    • 15 a 17 de junho de 2018 – O cessar-fogo de três dias entre o Talibã, as forças afegãs e a coalizão liderada pela Otan é marcado por dois ataques mortais. O Estado Islâmico, que não participou da trégua, reivindica a responsabilidade por um atentado suicida na província de Nangarhar, que matou pelo menos 25 pessoas, incluindo membros do Talibã e civis. Um segundo atentado suicida é executado perto do complexo do governador de Nangarhar, matando pelo menos 18 pessoas e ferindo pelo menos 49. Não há reivindicação de responsabilidade pelo segundo ataque.
    • 25 de julho de 2018 – O Wall Street Journal informa que diplomatas norte-americanos se encontraram com representantes do Talibã no Catar.
    • 10 de agosto de 2018 – O Talibã lança um ataque à estratégica cidade afegã de Ghazni, ao sul da capital Cabul, capturando edifícios importantes e trocando tiros com as forças de segurança. Pelo menos 16 pessoas morreram e 40 ficaram feridas.
    • 13 de outubro de 2018 – O Talibã emite uma declaração anunciando que o grupo se reuniu com o enviado dos EUA ao Afeganistão, Zalmay Khalilzad, para discutir o conflito no Afeganistão. Os Estados Unidos não confirmam que a reunião ocorreu.
    • 9 de novembro de 2018 – Em Moscou, representantes do Talibã participam de conversas com diplomatas da Rússia, Paquistão, Índia e outros países, bem como funcionários do governo afegão. Os Estados Unidos enviam um diplomata de sua embaixada em Moscou como observador.
    • 22 de janeiro de 2019 – As autoridades dizem que pelo menos 12 militares afegãos morreram e outros 28 ficaram feridos em um ataque suicida do Talibã a uma base militar na província central de Maidan Wardak.
    • 28 de janeiro de 2019 – Militares dos Estados Unidos e do Talibã anunciam que concordaram com termos que poderiam encerrar a guerra no Afeganistão. O texto-base para uma possível paz incluía o juramento do Talibã de que evitaria que o país fosse usado como um centro para o terrorismo em troca de uma retirada militar dos EUA. Uma fonte afegã próxima às negociações disse à CNN que, embora um cessar-fogo e a retirada dos EUA tenham sido discutidos, nenhum dos lados chegou a conclusões.
    • 30 de janeiro de 2019 – Em seu relatório trimestral para o Congresso dos Estados Unidos, o Inspetor Geral Especial para a Reconstrução Afegã declara que o Talibã expandiu seu controle territórial em 2018, enquanto o governo afegão perdeu controle. Em outubro de 2018, o governo afegão controlava apenas 53,8% dos distritos do país, de acordo com o relatório. A insurgência obteve ganhos para controlar 12,3% dos distritos, enquanto 33,9% dos distritos estavam em disputa.
    • 5 a 6 de fevereiro de 2019 – Negociações são realizadas em Moscou entre líderes do Talibã e políticos do governo do Afeganistão.
    • 12 de março de 2019 – As negociações de paz entre representantes dos Estados Unidos e do Talibã terminam sem acordo. Khalilzad, o principal negociador norte-americano, afirma que houve avanços e que as negociações renderam duas minutas de propostas. Khalilzad diz que os dois lados se encontrarão novamente, mas não fornece uma data específica.
    • 7 a 8 de setembro de 2019 – Trump anuncia que os líderes do Talibã deveriam viajar aos EUA para negociações secretas de paz no fim de semana, mas que a reunião foi cancelada e ele cancelou totalmente as negociações de paz com o grupo. Trump tuitou que cancelou a reunião depois que o Talibã assumiu um ataque em Cabul, no Afeganistão, que matou uma dúzia de pessoas, incluindo um soldado americano.
    • 28 de novembro de 2019 – Em uma viagem surpresa ao Afeganistão para uma visita de Ação de Graças com as tropas dos EUA, Trump anuncia que as negociações de paz com o Talibã foram reiniciadas.
    • 7 de dezembro de 2019 – Os Estados Unidos e o Talibã retomam as negociações de paz na capital do Catar, Doha. “No sábado, as negociações entre o Taleban e os EUA começaram de onde pararam”, disse o porta-voz do Talibã, Suhail Shaheen, em um tuíte.
    • 29 de fevereiro de 2020 – Os Estados Unidos e o Talibã assinam um acordo histórico que abra caminho para a potencial retirada total das tropas norte-americanas do Afeganistão. O “Acordo para Levar a Paz ao Afeganistão” descreve uma série de compromissos dos EUA e do Talibã relacionados a níveis de tropas, contraterrorismo e o diálogo intra-afegão com o objetivo de trazer “um cessar-fogo permanente e abrangente”.
    • 30 de abril de 2020 – No mês seguinte à assinatura do acordo de paz da administração Trump com o Talibã, o grupo aumenta seus ataques aos aliados afegãos dos EUA, de acordo com dados fornecidos ao Inspetor Geral Especial do Pentágono para Reconstrução do Afeganistão.
    • 9 de agosto de 2020 – A grande assembleia de anciãos do Afeganistão, a Loya Jirga, aprova uma resolução pedindo a libertação do último lote de cerca de 5.000 prisioneiros do Talibã, abrindo caminho para negociações de paz diretas com o grupo insurgente para encerrar quase duas décadas de guerra. A libertação de 400 prisioneiros faz parte do acordo assinado entre os EUA e o Talibã em fevereiro.
    • 8 de março de 2021 – Em uma carta do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao presidente Ghani, a administração Biden propõe ao governo afegão que assuma um acordo provisório de divisão do poder com o Talibã. Blinken também propôs que os vizinhos do Afeganistão, incluindo o Irã, assumam um papel mais importante e alertou que o governo Biden continua avaliando a retirada das tropas americanas até o prazo final estabelecido pelo governo Trump.
    • 15 de agosto de 2021 – Depois que o Talibã assume o controle de todas as grandes cidades do Afeganistão, exceto Cabul, em apenas duas semanas, o grupo inicia negociações com o na capital sobre quem governará o país. Enquanto o Talibã se aproxima de assumir o controle total, um funcionário afegão e uma importante fonte diplomática dizem à CNN que Ghani deixou o país.

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)

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