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    Kremlin diz que Putin não assistiu vídeo da viúva de Navalny e nega acusação de envenenamento

    Yulia Navalnaya disse no vídeo, divulgado três dias após a morte de seu marido e menos de um mês antes das próximas eleições presidenciais da Rússia, que lutaria por uma “Rússia livre”

    Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
    Presidente da Rússia, Vladimir Putin. REUTERS

    Reuters

    O presidente russo, Vladimir Putin, não assistiu a uma declaração em vídeo de Yulia Navalnaya na qual ela prometia continuar o trabalho de Alexei Navalny, mas a afirmação dela de que ele foi envenenado com um agente nervoso é infundada, disse o Kremlin nesta terça-feira (20).

    Navalnaya disse no vídeo, divulgado três dias após a morte de seu marido e menos de um mês antes das próximas eleições presidenciais da Rússia, que lutaria por uma “Rússia livre” e apelou aos seus apoiadores para se oporem a Putin com fúria maior do que nunca.

    Mãe de dois filhos, com 47 anos, Yulia alternou entre a raiva e a tristeza ao sinalizar que tentaria ajudar a liderar uma oposição e acusou Putin de ter mandado assassinar Navalny, algo que o Kremlin negou.

    Ela alegou que a razão pela qual as autoridades ainda não tinham entregue o corpo de Navalny à sua mãe idosa era porque estavam à espera que vestígios de um agente nervoso Novichok saíssem do seu cadáver.

    Os aliados de Navalny citaram um investigador russo dizendo que as autoridades precisam de pelo menos 14 dias para realizar vários testes químicos em seu corpo e, portanto, não podem entregar seu cadáver ainda.

    Questionado na terça-feira sobre a alegação de Navalnaya de que Putin matou o seu marido, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não poderia comentar dadas as circunstâncias.

    “Deixamos isso sem comentários. É claro que essas são acusações absolutamente infundadas e desagradáveis ​​contra o chefe do Estado russo. Mas dado que Yulia Navalnaya ficou viúva poucos dias antes, deixarei isso sem comentários”, disse.

    Mas ele afirmou que a conversa de Navalnaya sobre um agente nervoso sendo usado contra seu marido era infundada.

    “Não estou familiarizado com esta declaração. Mas se continha tais palavras, não passam de acusações infundadas, porque não são apoiadas por nada, não são confirmadas”, disse ele.

    Navalny, de 47 anos, ficou inconsciente e morreu repentinamente na sexta-feira, após uma caminhada na colônia penal “Polar Wolf”, acima do Círculo Polar Ártico, onde cumpria uma pena de três décadas.

    O Ocidente e os apoiadores de Navalny dizem que Putin é responsável pela morte de Navalny. O Kremlin negou envolvimento e disse que as alegações ocidentais de que Putin era o responsável eram inaceitáveis.

    Putin não fez comentários públicos sobre a morte de Navalny, mas aprofundou ainda mais um racha nas relações entre Moscou e o Ocidente causado pela guerra de quase dois anos na Ucrânia.

    Questionado sobre a detenção da polícia de algumas pessoas que depositaram flores em monumentos de Moscou e de outras cidades após a morte de Navalny, Peskov disse que a polícia tem agido em estrita conformidade com a lei.