Kremlin diz que ex-chanceler alemão Schroeder está em Moscou e não descarta reunião
Schroeder é uma figura-chave nas relações energéticas entre os dois países; na segunda-feira, a Gazprom informou que reduziria o fornecimento de gás para a Alemanha através do gasoduto Nord Stream 1
O Kremlin disse nesta terça-feira (26) que acredita que o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder está em Moscou e não descartou possíveis contatos com ele.
“Tanto quanto sabemos, ele está em Moscou”, disse o porta-voz Dmitry Peskov aos repórteres quando perguntado se tinha conhecimento de relatos de que Schroeder havia viajado para Moscou.
“Não há reunião agendada, mas não descartamos possíveis contatos”, acrescentou Peskov.
A emissora alemã RTL informou no final da segunda-feira (25) que Schroeder estava em Moscou. Perguntado pela RTL se ele se encontraria com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, Schroeder afirmou, segundo a emissora: “Estou de férias aqui por alguns dias. Moscou é uma cidade linda”.
O escritório de Schroeder na Alemanha não respondeu imediatamente a um pedido de comentários sobre o motivo da viagem.
Também na segunda-feira, a Gazprom, estatal de energia russa, informou que reduziria o fornecimento de gás para a Alemanha através do gasoduto Nord Stream 1 para apenas 20% da capacidade a partir desta quarta-feira (27) por causa de uma turbina que, segundo a empresa, precisava ser paralisada. A Alemanha rejeitou essa explicação.
Schroeder é uma figura-chave nas relações energéticas entre os dois países, atuando como chanceler da Alemanha de 1998 a 2005, antes de assumir uma posição controversa no conselho supervisor da empresa petrolífera russa Rosneft, controlada pelo Estado.
Ele ainda atua como presidente do comitê de acionistas da Nord Stream AG, a operadora do oleoduto de propriedade majoritária da Gazprom, de acordo com seu perfil no LinkedIn.
Defensor do gasoduto Nord Stream, que transporta gás russo para a Alemanha sob o Mar Báltico, ele foi nomeado para um cargo no conselho da Gazprom apenas três semanas antes de Moscou enviar tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, no que a Rússia chama uma “operação militar especial”.
Em reação à recusa do ex-chanceler de se distanciar do presidente da Rússia, Vladimir Putin, — ele compareceu a uma reunião cara a cara em Moscou em março — os principais partidos políticos alemães concordaram, em maio, em destituí-lo de seu direito a um escritório com financiamento público.
No mesmo mês, Schroeder rejeitou a nomeação da Gazprom e se retirou da diretoria da Rosneft.