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    Kamala Harris diz que EUA ‘estão focados’ na retirada de pessoas do Afeganistão

    Vice-presidente dos EUA diz que no futuro haverá oportunidades para avaliar a saída de Cabul; ela também defende liberdade de navegação, inclusive no Mar da China Meridional

    Nandita Boseda Reuters

    A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse nesta segunda-feira (23) durante visita a Singapura que seu país está concentrando seus esforços nas retiradas que estão em andamento no Afeganistão e que haveria muito tempo para analisar o contexto da retirada das tropas.

    Harris se encontrou com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, e a presidente, Halimah Yacob, durante uma viagem que visa fortalecer os laços com parceiros na região como parte dos esforços de Washington para conter a crescente influência econômica e de segurança da China.

    “Haverá muito tempo para analisar o que aconteceu no contexto da retirada do Afeganistão”, disse Harris durante entrevista coletiva com o primeiro-ministro de Singapura. “Mas agora estamos exclusivamente focados em retirar cidadãos norte-americanos e afegãos que trabalharam conosco e afegãos que são vulneráveis, incluindo mulheres e crianças. Esse é nosso foco único neste momento”, completou.

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem enfrentado críticas em casa e no exterior por causa da forma como lidou com a retirada das forças norte-americanas, principalmente com a caótica saída após a tomada relâmpago de Cabul pelo Talibã.

    “Esperamos que o Afeganistão não se torne um epicentro para o terrorismo novamente”, disse Lee, acrescentando que Singapura ofereceu aeronaves de transporte para ajudar nas retiradas.

    Parte da tarefa de Harris durante a viagem será convencer os líderes em Singapura e no Vietnã de que o compromisso de Washington com o Sudeste Asiático é firme e não como o que aconteceu no Afeganistão.

    “Hoje, estamos em Singapura para enfatizar e reafirmar nosso relacionamento duradouro com este país e nesta região, e para reforçar uma visão compartilhada de uma região Indo-Pacífico livre e aberta”, disse a vice-presidente dos EUA.

    Lee, de Singapura, disse que as percepções da determinação e do compromisso dos EUA com a região seriam mostradas “pelo que os EUA fizerem daqui para frente, como se reposicionam na região, como envolvem sua ampla gama de amigos, parceiros e aliados”.

    Singapura não é um aliado dos EUA com tratados, mas continua sendo um de seus parceiros de segurança mais fortes na região, com profundos laços comerciais. No entanto, a cidade-estado busca equilibrar suas relações com os Estados Unidos e a China, não tomando partido.

    O país abriga o maior porto do Sudeste Asiático e apoia a navegação livre contínua na área, onde a China está se tornando cada vez mais assertiva – uma preocupação que as autoridades norte-americanas planejam abordar durante a visita de Harris à região, que também inclui uma viagem ao Vietnã.

    Premiê de Singapura, Lee Hsien Loong (D), disse esperar que Afeganistão não se torne epicentro do terrorismo
    Premiê de Singapura, Lee Hsien Loong (D), disse esperar que Afeganistão não se torne epicentro do terrorismo / Reuters (23.ago.2021)

    “Reafirmei em nossa reunião o compromisso dos Estados Unidos de trabalhar com nossos aliados e parceiros em todo o Indo-Pacífico para defender a ordem internacional com base em regras e a liberdade de navegação, inclusive no Mar da China Meridional”, disse Harris.

    O disputado Mar do Sul da China, uma via navegável estratégica com riquezas potenciais de petróleo e gás, tem reivindicações concorrentes por China, Vietnã, Filipinas, Taiwan, Malásia e Brunei.

    Segurança e acordos cibernéticos

    Os EUA e Singapura chegaram a acordos de segurança nesta segunda-feira que reafirmam a presença do país na região por meio de “envios rotativos de aeronaves P-8 e navios de combate litorâneos para Singapura”, de acordo com um informativo do encontro compartilhado pela Casa Branca.

    Os Estados Unidos e Singapura também concordaram em expandir a cooperação em segurança cibernética no setor financeiro, militar e melhorar a troca de informações sobre ameaças cibernéticas.

    A segurança cibernética está no topo da agenda do governo Biden após uma série de ataques afetarem o abastecimento de combustível e alimentos em partes dos Estados Unidos. Outras iniciativas incluem o início de um diálogo EUA-Singapura sobre a construção de cadeias de suprimentos.

    A Casa Branca enfrenta uma grave escassez de fornecimento de semicondutores que afetou seriamente os fabricantes de automóveis e contribuiu para o aumento da inflação nos EUA.

    Os países também firmaram uma parceria para combater a Covid-19 e se preparar para a próxima pandemia e concordaram em enfrentar a crise climática global, promover cidades inteligentes e padrões de construção verde em toda a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

    Harris também visitará a Base Naval de Changi, em Singapura, e fará um tour pelo navio de combate USS Tulsa durante a viagem ao país.

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