Militares de Mianmar lamentam mortes, mas culpam manifestantes por violência
"Eles também são nossos cidadãos", disse o líder da junta, afirmando que "militares usarão a menor força possível para conter a violência"
![Funeral de Aung Kaung Htet, menino de 15 anos assassinado quando militares abriram fogo contra manifestantes em 21 de março Funeral de Aung Kaung Htet, menino de 15 anos assassinado quando militares abriram fogo contra manifestantes em 21 de março](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/30123_4D80FE862DB2A424.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
Os militares de Mianmar acusaram manifestantes contrários à organização de incêndio criminoso e violência, enquanto países ocidentais impuseram mais sanções a indivíduos e grupos ligados ao golpe do mês passado e à repressão contínua à dissidência.
O porta-voz da junta, Zaw Min Tun, disse que 164 manifestantes morreram em episódios de violência e expressou tristeza com as mortes.
“Eles também são nossos cidadãos”, disse ele em uma coletiva de imprensa na capital Naypyitaw nesta terça-feira (23), acrescentando que os militares usarão a menor força possível para conter a violência.
A Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP) diz que ao menos 261 pessoas foram mortas pela repressão brutal das forças de segurança, que espalhou o caos pela nação do sudeste asiático.
- 1 de 11Irmã de Aung Kaung Htet, adolescente morto em protestos contra o regime militar em Mianmar, segura seu retrato durante funeral Crédito: Stringer/Getty Images
- 2 de 11Mãe de adolescente de 15 anos morto em manifestações contra o novo governo em Mianmar chora em seu funeral Crédito: Stringer/Getty Images
- 3 de 11Protesto pacífico contra o regime militar em Mianmar faz homenagens às vítimas assassinadas Crédito: Ceng Shou Yi/NurPhoto via Getty Images
- 4 de 11Dois manifestantes morreram nos protestos em Mianmar na segunda-feira (8) Crédito: Reprodução/CNN
- 5 de 11Freira se ajoelha em Mianmar e pede a policiais que não pratiquem violência Crédito: Reprodução/CNN
- 6 de 11Militares dispersam multidão em Mianmar com gás lacrimogêneo; no entanto, há relatos crescentes do uso de munição real Crédito: Reuters
- 7 de 11Centenas de pessoas participam do velório de Arkar Moe, manifestante morto em Mianmar Crédito: Reuters
- 8 de 11Repressão militar contra protesto em Mianmar (03.mar.2021) Crédito: CNN Brasil
- 9 de 11Manifestação em Mianmar clama pela liberdade da líder Aung San Suu Kyi Crédito: Reprodução / CNN
- 10 de 11Policial militar de Mianmar Crédito: Reuters
- 11 de 11Soldados do lado de fora do Banco Central de Mianmar durante protesto em Yangon contra golpe militar Crédito: Reuters (15.fev.2021)
Três pessoas, incluindo um adolescente, perderam a vida em tumultos na segunda-feira (22) em Mandalay, a segunda maior cidade do país, disseram testemunhas e reportagens.
A junta tenta justificar o golpe dizendo que a eleição de 8 de novembro vencida pela Liga Nacional pela Democracia (NLD) de Aung San Suu Kyi foi fraudulenta — uma acusação que a comissão eleitoral rejeitou. Líderes militares prometem uma nova eleição, mas ainda não marcaram uma data e declararam um estado de emergência.
Zaw Min Tun culpou os manifestantes de incêndio criminoso e violência e disse que nove membros das forças de segurança foram mortos.
“Será que podemos chamá-los de manifestantes pacíficos?”, indagou ao mostrar um vídeo de fábricas em chamas. “Qual país ou organização veria esta violência como pacífica?”
Na segunda-feira, a União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções a pessoas ligadas ao golpe e à repressão dos manifestantes.