Julgamento de ex-chefe de inteligência da Venezuela é adiado para novembro
Promotoria pediu o adiamento de Hugo "el Pollo" Carvajal em Nova York, enquanto seu advogado diz que ele não conseguiu se comunicar com sua família desde sua extradição
O Ministério Público de Nova York pediu para adiar até novembro o julgamento de Hugo “el Pollo” Carvajal, ex-chefe da inteligência militar venezuelana. A promotoria garantiu que começará a entregar todas as provas de que dispõe à defesa.
Por sua vez, a defesa informou que vai solicitar todas as provas contra Carvajal e o material sigiloso.
Após a breve audiência, Zachary Margulis, advogado de Carvajal, sustentou que desde sua extradição da Espanha para os Estados Unidos na semana passada, seu cliente não conseguiu falar com sua família.
Margulis acrescentou que a prisão federal onde está detido “El Pollo” é “uma instituição em crise” e que as condições “são deploráveis”. Por isso, o advogado garantiu que continua trabalhando em um pedido de fiança para que Carvajal possa se defender em liberdade, e que o apresentará à Justiça assim que estiver pronto.
A próxima audiência está marcada para 1º de novembro, ao meio-dia da hora local (13 horas em Brasília).
De acordo com as autoridades americanas, Carvajal enfrenta acusações de participação em uma conspiração narcoterrorista, importação de cocaína para os Estados Unidos – incluindo um carregamento de 5,6 toneladas da Venezuela para o México em abril de 2006 – e posse de armas.
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Pollo Carvajal, de 63 anos, pode enfrentar uma sentença mínima de 10 anos e máxima de prisão perpétua. O caso legal está resolvido na unidade de segurança nacional e tráfico internacional de drogas.
Conforme afirmou o promotor federal do Distrito Sul de Nova York, Damian Williams, em comunicado anterior, Carvajal teria usado sua autoridade como diretor da agência de inteligência militar da Venezuela “para corromper as instituições venezuelanas, abusar do povo venezuelano e importar veneno para os Estados Unidos”. Williams também destaca o papel de comando que Carvajal afirma ter tido no cartel Los Soles e que, garante, afetou venezuelanos e americanos.
Na opinião da defesa, o caso contra Carvajal é baseado “totalmente em declarações falsas e não corroboradas por traficantes de drogas desesperados e ex-funcionários venezuelanos corruptos com ressentimentos profissionais pessoais contra o general Carvajal”.
A defesa de Carvajal respondeu ao apelo feito pelo presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Jorge Rodríguez, para extraditar o ex-chefe da inteligência militar para seu país natal, garantindo que esta mensagem nada mais é do que “uma retaliação política de um regime assassino e inseguro”.
Espanha ordena extradição de Hugo “Pollo” Carvajal
(Com colaboração de Osmary Hernández)