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    Juiz decide que Harvard deve enfrentar processo por antissemitismo no campus

    Estudantes judeus acusam universidade de não oferecer proteção adequada

    Jonathan Stempelda Reuters

    A Universidade de Harvard deve enfrentar um processo movido por estudantes judeus que acusaram a escola de deixar seu campus se tornar um centro do antissemitismo desenfreado, decidiu um juiz federal na terça-feira (6).

    O juiz distrital dos Estados Unidos Richard Stearns, em Boston, encontrou acusações plausíveis de que Harvard era deliberadamente indiferente para com estudantes judeus e israelenses que disseram temer por sua segurança depois de enfrentarem assédio severo e generalizado.

    O juiz também disse que era “duvidoso” se Harvard pode alegar que algumas das atividades pró-palestina ou antissemitas eram protegidas pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

     

     

    “Concluir que a (queixa) não alegou de forma plausível indiferença deliberada recompensaria Harvard por declarações públicas virtuosas que na maior parte, de acordo com a (queixa), se revelaram vazias”, escreveu Stearns.

    “Os fatos alegados mostram que Harvard falhou com seus estudantes judeus”, acrescentou o juiz. Ele não decidiu sobre o mérito.

    Os estudantes buscaram uma liminar para impedir as alegadas violações do Título VI da Lei dos Direitos Civis de 1964 por Harvard, que proíbe os beneficiários de fundos federais de permitir a discriminação com base na raça, religião e origem nacional.

    Harvard e seus advogados não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

    Um advogado dos estudantes, Marc Kasowitz, disse em entrevista após a decisão que a conduta de Harvard exigia mudanças.

    “Os estudantes judeus no campus foram tratados horrivelmente por outros grupos de estudantes, por administradores e por professores que eram muito, muito pró-Hamas e muito, muito antissemitas”, disse ele.

    Outras universidades processadas

    A ação movida em janeiro é uma das muitas que acusam grandes universidades de permitir e encorajar o antissemitismo, inclusive em protestos pró-palestinos no campus, após a eclosão da guerra em Gaza entre Israel e o Hamas em outubro passado.

    O pedido foi apresentado oito dias após a demissão da presidente Claudine Gay, que tinha sido criticada pela forma como lidou com o antissemitismo e por acusações distintas de plágio.

    Os estudantes acusaram Harvard de aplicar seletivamente as suas políticas anti-discriminação para evitar proteger os estudantes judeus do assédio, ignorando os seus apelos por proteção e contratando professores que defendiam a violência conta judeus e espalhavam propaganda antissemita.

    Os estudantes disseram que foram caluniados como “assassinos” e “colonizadores” e submetidos a cantos ofensivos como “do rio ao mar”.

    Eles também se opuseram a que um editor da Harvard Law Review fosse autorizado a retomar o trabalho como professor depois de agredir um estudante judeu em um “die-in” pró-palestino.

    A Brown University e a New York University resolveram casos semelhantes no mês passado.

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