Jogadores brasileiros pedem ajuda para deixar Kiev
Cerca de 20 pessoas, entre jogadores, amigos e familiares, estão abrigados em hotel
Um grupo de jogadores brasileiros de futebol e suas famílias que estão na Ucrânia pediu ajuda pelas redes sociais para conseguir sair do país.
Em um vídeo, o grupo de cerca de 20 pessoas, entre jogadores, suas esposas e filhos, pede ajuda para ter informações e conseguir deixar a Ucrânia.
Um dos jogadores afirma que eles –a maioria do clube Shakhtar Donetsk–, deixaram suas casas e foram para um hotel, mas que está havendo falta de combustíveis e, com o espaço aéreo e as fronteiras fechadas, eles não estão conseguindo deixar o país.
“Aqui estamos todos reunidos com as nossas famílias, hospedados em um hotel”, disse. “Espero que a embaixada possa nos ajudar.”
A esposa de um deles disse que eles saíram de casa apenas com algumas peças de roupa e estão sem informações, a não ser o que é passado pelos parentes no Brasil.
“Nos sentimos realmente abandonados, porque não sabemos o que fazer. Não sabemos como resolver essa situação”, disse.
Brasileiro naturalizado ucraniano, Junior Moraes, que joga no Shakhtar Donetsk e também pela seleção ucraniana, também postou um pedido de ajuda nas redes sociais.
“Todos amigos e familiares, a situação é grave e estamos presos em Kiev esperando uma solução para sair. Estamos dentro de um hotel. Orem por nós”, escreveu ele.
Forças russas invadiram a Ucrânia por vários pontos da fronteira na madrugada desta quinta-feira, depois de o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar que havia autorizado a operação militar.
A tensão vinha crescendo há semanas na região, com os países ocidentais alertando para um risco iminente de invasão, enquanto Putin negava sua intenção.
ENTENDA O ATAQUE
Após semanas de tensão, a Rússia atacou a Ucrânia nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24). Uma operação militar nas regiões separatistas do leste ucraniano, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades do país.
Autoridades da Ucrânia informaram que dezenas de pessoas morreram e seis aviões russos teriam sido destruídos. Na manhã desta quinta, longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev com moradores tentando deixar a região. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.