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    Japão utilizará reatores nucleares para reduzir dependência da energia russa

    Primeiro-ministro prometeu 150 trilhões de ienes em investimentos para necessidades energéticas; modelo nuclear deixou de ser priorizado após acidente em Fukushima

    Premiê do Japão, Fumio Kishida, durante entrevista coletiva em Tóquio
    Premiê do Japão, Fumio Kishida, durante entrevista coletiva em Tóquio Reuters

    Reuters

    O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse nesta quinta-feira (5) que o Japão utilizará reatores nucleares para reduzir a dependência da energia russa.

    Falando em Londres, ele disse que 150 trilhões de ienes em investimentos seriam levantados na próxima década para atender às necessidades de energia e prometeu um roteiro para 2030, maximizando os preços de carbono pró-crescimento econômico.

    O Japão tornou-se mais dependente do gás russo desde o desligamento dos reatores nucleares após o desastre de Fukushima em 2011, no qual um terremoto e um tsunami desencadearam um derretimento, devastando a região nordeste.

    Mas, diante das eleições em julho e do aumento dos preços da energia que comprime os orçamentos dos eleitores, Kishida disse que a nuclear faria parte da futura política energética do país.

    Ele disse que o Japão abordaria a “vulnerabilidade de nossa própria autossuficiência energética”, ampliando locais de compra de energia, promovendo as energias renováveis e utilizando a nuclear para diversificar suas fontes de geração.

    “Utilizaremos reatores nucleares com garantias de segurança para contribuir para a redução mundial da dependência da energia russa”, disse Kishida a uma audiência no distrito financeiro de Londres.

    “Reiniciar apenas um reator nuclear existente teria o mesmo efeito que fornecer 1 milhão de toneladas de novo GNL (Gás Natural Liquefeito) por ano para o mercado global”.

    Mais de uma década após o terremoto e o tsunami de março de 2011 desencadearem a pior crise nuclear desde Chernobyl, a energia nuclear continua sendo uma questão difícil no Japão, onde poucas entre suas cerca de 30 usinas operam atualmente.

    Mas a maioria do público e das empresas quer que o governo reinicie os reatores nucleares para tratar da segurança energética, com a crise da Ucrânia e os custos mais elevados da energia tendo acrescentado um impulso a essa mudança de opinião.

    Kishida passou mensagens de investimento em Londres: “O Japão é uma compra”.

    Ele disse que 150 trilhões de ienes (1,16 trilhões de dólares) em investimentos seriam levantados na próxima década para cumprir suas metas de neutralidade de carbono até 2050 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 46% até 2030.