Itália registra protestos contra novas medidas de quarentena no país
A polícia respondeu com rajadas de gás lacrimogêneo enquanto tentava restaurar a ordem na cidade, capital da rica região de Piemonte
Protestos estouraram em toda a Itália nesta segunda-feira (26), contra uma nova rodada de restrições governamentais que visam conter a segunda onda da Covid-19 no país. Manifestações violentas foram relatadas em pelo menos duas grandes cidades do norte, Milão e Torino.
Testemunhas disseram que várias lojas de luxo, como a Gucci, foram saqueadas no centro de Turim enquanto multidões de jovens saíam para as ruas após o anoitecer, soltando fogos de artifício enormes e acendendo sinalizadores coloridos.
A polícia respondeu com rajadas de gás lacrimogêneo enquanto tentava restaurar a ordem na cidade, capital da rica região de Piemonte.
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Também ocorreram confrontos em Milão, capital da vizinha região da Lombardia, área que sofreu o maior impacto da pandemia da Covid-19 na Itália.
“Liberdade, liberdade, liberdade”, gritavam as multidões enquanto enfrentavam a polícia no centro da cidade.
O governo italiano ordenou no domingo (25) o fechamento até às 18h de bares e restaurantes, e o fechamento provisório de academias, cinemas e piscinas públicas para tentar retardar a segunda onda de infecções pelo coronavírus que está afetando grande parte do país.
Várias regiões, incluindo Lombardia e Piemonte, também impuseram toques de recolher noturnos.
Muitas pequenas empresas, ainda gravemente feridas por um bloqueio nacional inicial em março e abril, dizem que as novas restrições podem levá-las à falência.
Embora os italianos tenham cumprido pacificamente a quarentena da primavera, houve um retrocesso imediato contra as novas restrições. Os manifestantes tomaram as ruas de até uma dúzia de cidades nesta segunda-feira, incluindo Treviso, Trieste, Viareggio, Latina, Roma, Nápoles, Salerno, Palermo, Siracusa e Catania.
Procurando acalmar as tensões, o governo disse que apresentará um pacote de medidas nesta terça-feira (27) para apoiar as empresas prejudicadas pelas novas restrições.
A Itália, que já foi o país mais atingido pela pandemia na Europa, foi ultrapassada em número de casos confirmados pela França e Grã-Bretanha. Mas as taxas de infecção têm se recuperado rapidamente desde o início de outubro.