Israel prende sete cidadãos por rede de espionagem que abastecia o Irã
Suspeitos tinham informações sensíveis sobre bases militares
Autoridades israelenses desmantelaram uma “rede de espionagem” de sete cidadãos israelenses acusados de trabalhar para o Irã, a polícia de Israel e a Agência de Segurança Interna (ISA) disseram em um comunicado nesta segunda-feira (21).
Os presos estavam “reunindo informações confidenciais sobre bases da IDF e infraestrutura energética”, disse o comunicado, acrescentando que eles eram todos cidadãos judeus de Haifa e outras áreas no norte do país.
Suas operações se estenderam por um período de mais de dois anos, disse o comunicado, e incluíram “extensas missões de reconhecimento em bases da IDF em todo o país” que foram compensadas financeiramente, muitas vezes através de criptomoedas.
A polícia israelense e a ISA disseram que a prisão mostra os esforços em curso do Irã “para recrutar e explorar cidadãos israelenses para espionagem e terrorismo dentro de Israel”, acrescentando que uma acusação será apresentada nos próximos dias.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos. O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino. Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.
A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.