Israel notificou a Casa Branca sobre os ataques ao Irã, diz fonte
Fontes afirmam que alvos de infraestrutura de energia não foram atingidos
Israel avisou a Casa Branca com antecedência sobre os ataques de retaliação ao Irã, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
O presidente Joe Biden está atualmente em Wilmington, Delaware, e seus conselheiros não estão planejando se reunir.
As Forças de Defesa de Israel, ao anunciar as ações na plataforma X, descreveram os bombardeios como “ataques precisos a alvos militares” no Irã, embora ainda não esteja claro quais locais específicos foram atingidos.
Nas últimas semanas, altos funcionários dos EUA deixaram claro que a resposta de Israel – tanto em caráter quanto nos alvos escolhidos – deveria evitar uma escalada indevida ou impacto na economia global, segundo uma fonte familiarizada com as discussões.
O presidente Biden e seus principais conselheiros de segurança nacional, em uma série de discussões regulares, deixaram claro que não apoiavam ataques às instalações nucleares ou reservas de petróleo do Irã.
Embora os oficiais acreditassem que outros produtores de petróleo poderiam facilmente compensar cerca de um milhão de barris por dia que o Irã produz, eles se preocupavam mais com a interpretação do mercado em relação a tal ataque e a possibilidade de um aumento nos preços da energia em todo o mundo enquanto os eleitores dos EUA iam às urnas.
“A psicologia é mais substancial do que a realidade”, disse a fonte à CNN, apontando que a mera sugestão de um ataque a instalações de petróleo fez os preços de mercado subirem mais de 4%.
A CNN relatou que oficiais israelenses forneceram garantias aos EUA de que a resposta visava ativos militares – e não locais nucleares ou de petróleo – após a administração Biden levantar preocupações sobre uma provocação adicional e suas consequências internamente.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º de outubro marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais. Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano. Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense.
A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.