Israel nega que serviço de inteligência do país tenha apoiado protestos contra reforma judicial
Gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse em comunicado que o relatório supostamente vazado do Pentágono era "mentiroso e sem qualquer fundamento"
O governo de Israel rejeitou neste domingo (9) a hipótese levantada em documentos supostamente vazados do Pentágono de que líderes de seu serviço de inteligência estrangeira, o Mossad, tenham apoiado protestos em todo o país contra uma proposta de reforma do Judiciário.
O New York Times publicou no sábado (8) uma análise, atribuída a uma atualização da Central de Inteligência, de 1º de março, de que a liderança do Mossad havia encorajado sua equipe e cidadãos israelenses a se juntarem aos protestos em massa. De acordo com o jornal, embora os documentos vazados pareçam autênticos, isso não significa que sejam precisos.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse em comunicado que o relatório era “mentiroso e sem qualquer fundamento”.
“O Mossad e seus altos funcionários não encorajaram — e não encorajam — o pessoal da agência a se juntar às manifestações contra o governo, manifestações políticas ou qualquer atividade política”, afirmou.
O plano de reforma proposto pelo governo Netanyahu provocou protestos públicos sem precedentes desde que sua coalizão de partidos religiosos e de extrema direita chegou ao poder no final do ano passado, e também causou alarme entre os aliados ocidentais de Israel.
A legislação proposta permitiria ao Parlamento anular as decisões da Suprema Corte e manter o controle sobre as nomeações judiciais.
Após semanas de intensas manifestações, Netanyahu cedeu no final de março e disse que adiaria as reformas contestadas para permitir negociações de compromisso com os partidos da oposição.
O Departamento de Justiça dos EUA disse na sexta-feira que estava em contato com o Departamento de Defesa e iniciou uma investigação sobre o vazamento dos supostos documentos, que envolvia vários assuntos relacionados à segurança nacional.