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    Israel diz que matou terroristas em “ação direcionada” com tanques em Gaza; Netanyahu prepara incursão terrestre

    Vídeo publicado pelas Forças de Defesa de Israel mostra tanques e veículos blindados no norte de Gaza

    Helen Regan, Paul P. Murphy, Kareem El Damanhoury e Rob Pichetada CNN

    Israel conduziu um “ataque direcionado” com tanques no norte de Gaza, disseram seus militares nesta quinta-feira (26). O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou para uma incursão terrestre na região.

    Vídeo publicado pelas Forças de Defesa de Israel mostra tanques e veículos blindados, incluindo uma escavadeira, movendo-se em uma estrada no norte de Gaza. Os veículos militares disparam e alguma destruição pode ser vista nas proximidades.

    “Estamos lançando fogo sobre o Hamas”, disse Netanyahu em discurso televisionado na noite de quarta-feira (25). Segundo ele, Israel “já eliminou milhares de terroristas – e isso é apenas o começo”.

    Em declarações à CNN, o porta-voz das FDI, Peter Lerner, disse que o ataque, que descreveu como grande, mas de alcance limitado, foi “uma operação clara e abrangente destinada a criar melhores condições para operações terrestres se e quando isso ocorrer”.

    “Na verdade, enfrentamos o inimigo, matamos terroristas que planejavam realizar ataques contra nós com mísseis guiados antitanque”, disse ele.

    “Os soldados saíram da área no final da atividade”, concluiu o comunicado.

    O ataque ocorre no momento em que novas imagens de satélite revelam a devastação causada pelas bombas de Israel na Faixa de Gaza; veja abaixo:

    À medida que a crise humanitária atinge um ponto preocupante, o combustível está prestes a acabar e os serviços de saúde paralisados, aumenta a pressão sobre a comunidade internacional para que Israel permita a entrada de ajuda necessária em Gaza, com mais países defendendo uma “pausa humanitária” nos combates.

    “Preparamos uma incursão terrestre”, disse Netanhyahu. Ele acrescentou que a decisão sobre quando a ação ocorreria seria decidida pelo Gabinete de Guerra israelense.

    O primeiro-ministro também reconheceu pela primeira vez que terá “de dar respostas” às falhas de inteligência que permitiram o pior ataque terrorista da história de Israel, promovido pelo grupo radical islâmico, e disse que o episódio será “totalmente examinado” após a guerra.

    Israel prometeu acabar com o Hamas e seu controle sobre Gaza, em resposta aos seus ataques terroristas e à onda de sequestros de 7 de outubro, nos quais 1.400 pessoas, a maioria civis, foram mortas e mais de 200 feitas reféns. As forças israelenses alegam ter matado o vice-chefe da Diretoria de Inteligência da organização – um dos extremistas apontados como responsável pelo planejamento do ataque.

    O Hamas não comentou a afirmação.

    O ataque aéreo de retaliação ao que Israel chama de “infraestrutura terrorista” causou devastação no território, que tinha sido descrito por grupos de direitos humanos como uma “prisão ao ar livre” antes do início desse conflito.

    Veja: Tanques de Israel invadem Faixa de Gaza

     

    O Exército israelense alertou aos civis no norte de Gaza para deixarem suas casas, mas não interrompeu os bombardeios em áreas no sul. Um produtor da CNN relatou que “não há lugar seguro”.

    Os ataques israelenses mataram mais de 6.850 pessoas e feriram outras 17 mil em Gaza desde 7 de outubro, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde palestino, pasta controlada pelo Hamas.

    Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério, Ashraf Al-Qidra, disse que 12 hospitais ficaram inoperantes desde o início dos bombardeios israelenses e que 101 profissionais médicos foram mortos.

    Ele acusou as forças israelenses de causarem deliberadamente um colapso total do sistema de saúde ao obstruir a entrada de combustível e suprimentos médicos essenciais em Gaza. Israel alega que o Hamas desvia a transferência de combustível para fins militares.

    Na quarta-feira, a “Al Jazeera” disse que o chefe do seu escritório em Gaza, Wael Al-Dahdouh, perdeu a esposa, o filho, a filha e o neto no que disse ter sido um ataque aéreo israelense. A explosão atingiu uma casa no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, onde a família se abrigava após ser deslocada, segundo o veículo. No total, 12 membros da família Al-Dahdouh foram mortos na explosão, incluindo nove crianças, conforme comunicado da família.

    As FDI disseram à CNN que realizaram um ataque aéreo na área onde os familiares de Al-Dahdouh foram mortos, alegando que o alvo era “a infraestrutura terrorista do Hamas na região”.

    “Os ataques a alvos militares estão sujeitos às disposições relevantes do direito internacional, incluindo a tomada de precauções viáveis ​​para mitigar as vítimas civis”, acrescentou.

    Fotos angustiantes mostram Al-Dahdouh vendo os corpos de sua esposa e filhos no necrotério. Em uma imagem, ele pode ser visto segurando o corpo de sua filha, envolta em uma mortalha branca.

    De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 24 jornalistas morreram desde o início deste conflito até quarta. 20 dos mortos são palestinos, três são israelenses e um é libanês.

    Veja imagens do conflito entre Israel e Hamas

    Vídeos filmados por jornalistas que trabalham com a CNN mostram vítimas em sacos para cadáveres após ataques aéreos e pessoas gravemente feridas, incluindo crianças, em hospitais superlotados.

    As famílias que fugiram para o sul na tentativa de fugir das bombas e que permanecem em abrigos da ONU enfrentam condições de superlotação que estão “restringindo severamente o acesso à assistência básica e aos serviços essenciais, aumentando os riscos de saúde e proteção, e afetando negativamente a saúde mental”, disse o relatório humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU).

    A Agência de Ajuda e Obras da ONU (UNRWA) em Gaza declarou que terá que interromper as operações de ajuda em um dia se o combustível não for entregue, dizendo que isso marcaria o fim de uma “tábua de salvação” para os civis.

    Após quase três semanas do início dos combates, o Conselho de Segurança da ONU continua dividido sobre como proceder com a crise. Duas resoluções diferentes sobre o assunto, apresentadas pelos EUA e pela Rússia, não foram aprovadas na quarta-feira.

    A proposta norte-americana apelava a “pausas humanitárias”, e não a um cessar-fogo, para permitir que a ajuda chegasse aos civis de Gaza. Os EUA vetaram anteriormente um projeto brasileiro que pedia uma pausa humanitária.

    A União Europeia também pode pedir uma “breve pausa humanitária” em Gaza depois de os líderes se reunirem na quinta-feira, disse um diplomata sênior. Vários líderes já manifestaram esse desejo, incluindo o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e os ministros das Relações Exteriores de Irlanda e Eslovênia.

    O Catar, que colabora na mediação com Egito, EUA, Israel e Hamas, espera um avanço em breve nas negociações para libertar os reféns detidos pelo grupo, disseram o primeiro-ministro e o ministro das Relações Exteriores na quarta-feira.

    A assessoria de imprensa do governo de Israel disse que 135 reféns – mais da metade dos que estão detidos pelo Hamas – possuem passaportes estrangeiros de 25 países diferentes, incluindo 54 tailandeses, 15 argentinos e 12 cidadãos da Alemanha e dos EUA.

    Quatro reféns – dois americanos e dois israelenses – foram libertos até agora. As negociações para garantir a libertação do restante dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza estão em andamento, disse o ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani.

    O presidente dos EUA, Joe Biden, afirma ter dito a Netanyahu que se for possível garantir a libertação de reféns em Gaza antes de uma invasão terrestre israelense, ele deveria fazê-lo.

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