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    Israel dá mais 6 horas de prazo para que palestinos deixem norte de Gaza

    Não está claro até que ponto a mensagem chegou para a população de Gaza, dada a falta de eletricidade e internet

    Eyad KourdiSophie JeongRichard GreeneAbeer Salmanda CNN

    As Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgaram um comunicado neste sábado (14), ordenando novamente os residentes a se mudarem da Cidade de Gaza para as regiões ao sul do Vale de Gaza para “garantir sua segurança”.

    O porta-voz árabe das FDI, Avishay Adraee, postou a nota no X, antigo Twitter. Não está claro até que ponto a mensagem chegou para a população de Gaza, dada a falta de eletricidade e internet.

    Veja também — Análise: Hamas treinou para ataque em campos a metros de Israel

    De acordo com Adraee, será permitido o movimento seguro em ruas específicas entre 10h e 16h, no horário local (entre 4h e 10h, no horário de Brasília). Os residentes foram aconselhados a usar esse período para se deslocarem para o sul, de Beit Hanoun a Khan Yunis.

    A declaração enfatiza ainda a importância de os residentes “cumprirem estas instruções para sua própria segurança e a de seus entes queridos”. Adraee também observou que os líderes do Hamas já tomaram medidas para se protegerem de ataques na área.

    Além disso, os residentes das áreas de Al-Shate, Al-Rimal e West Al-Zaytoun estão “autorizados a circular” pelas ruas Daldul e Al-Sana em direção às ruas Salah Al-Din e Al-Bahr, destacou a autoridade.

    Em entrevista à CNN, o porta-voz dos militares israelenses, major Doron Spielman, foi questionado sobre como a abertura dessa nova passagem segura foi comunicada dentro de Gaza. Ele disse que “todos na Cidade de Gaza agora sabem exatamente o que está acontecendo”.

    Spielman continuou: “Eles foram notificados em árabe, em vários idiomas em todas as plataformas disponíveis, tanto eletrônicas quanto não eletrônicas. Todos na Cidade de Gaza sabem que precisam passar pelo Wadi Gaza”.

    Quando questionado novamente pela CNN se as FDI estão distribuindo panfletos sobre as novas passagens seguras anunciadas neste sábado, dado que a maioria das pessoas na Cidade de Gaza não tem acesso à internet agora, Spielman respondeu “sim”.

    No entanto, a CNN conversou com um funcionário da Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas, um paramédico e um jornalista no local, que desconheciam este último aviso.

    Preocupação global com os civis de Gaza

    A ordem dos militares israelenses deixou a comunidade internacional em alerta e gerou fortes críticas por parte de grupos de direitos humanos, especialmente à medida que os suprimentos essenciais se esgotam e as mortes aumentam no enclave, onde os residentes dizem não ter escapatória.

    “A ordem de evacuar 1,1 milhão de pessoas do norte de Gaza desafia as regras da guerra e da humanidade básica”, escreveu o chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Martin Griffiths, em comunicado na sexta-feira.

    “Estradas e casas (em Gaza) foram reduzidas a escombros. Não há nenhum lugar seguro para ir”, continuou.

    “Forçar civis assustados e traumatizados, incluindo mulheres e crianças, a deslocarem-se de uma área densamente povoada para outra, sem sequer uma pausa nos combates e sem apoio humanitário, é perigoso e ultrajante”, acrescentou, alertando que isso trará “consequências humanitárias catastróficas”.