Iraniana Narges Mohammadi ganha Prêmio Nobel da Paz
Ativista foi laureada por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela promoção da liberdade e direitos humanos
A iraniana Narges Mohammadi ganhou o Prêmio Nobel da Paz, anunciado nesta sexta-feira (6) em Oslo, capital da Noruega.
Mohammadi foi laureada “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.
Quem é Narges Mohammadi
Mohammadi é uma ativista que passou a vida fazendo campanha pelos direitos humanos no Irã.
Ela foi prisioneira durante a maior parte das últimas duas décadas, condenada repetidamente por sua campanha incansável contra a pena de morte e o confinamento solitário – que teve de suportar durante semanas.
Atualmente, Mohammadi cumpre uma pena de 10 anos e 9 meses, acusada de ações contra a segurança nacional e propaganda contra o Estado.
A ativista também foi condenada a 154 chibatadas, uma punição que grupos de direitos humanos acreditam que ainda não foi infligida, além de proibições de viagens, entre outras.
BREAKING NEWS
The Norwegian Nobel Committee has decided to award the 2023 #NobelPeacePrize to Narges Mohammadi for her fight against the oppression of women in Iran and her fight to promote human rights and freedom for all.#NobelPrize pic.twitter.com/2fyzoYkHyf— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 6, 2023
O Nobel da Paz está entre os cinco prêmios Nobel – Química, Física, Fisiologia ou Medicina, e Literatura.
O critério base para a premiação é que sejam escolhidos aqueles que “fizeram o melhor trabalho pela fraternidade entre as nações”, como abolição ou redução de exércitos e promoção de ideais de paz, segundo o comitê norueguês responsável pela nomeação.
Neste ano, os vencedores da premiação receberão 11 milhões de coroas suecas (US$ 986 mil), segundo a Fundação Nobel.
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Anos anteriores
Havia a expectativa de que personalidades ligadas à Rússia ou à Ucrânia – em um contexto de guerra – fossem laureadas, mas nomes desses países já receberam o prêmio nos últimos dois anos.
Em 2021, os jornalistas Dimitri Muratov (Rússia) e Maria Ressa (Filipinas) ganharam o Nobel da Paz “por seus esforços para proteger a liberdade de expressão”.
No último ano, o ativista de direitos humanos Ales Bialiatski (Belarus), o Centro Ucraniano para as Liberdades Civis e a organização russa Memorial foram os vencedores, “pelos seus esforços impressionantes para documentar crimes de guerra, violações de direitos humanos e abusos de poder”.
(Publicado por Gustavo Zanfer)