Irã pede reunião na ONU para falar sobre “medidas imediatas” contra a ação militar de Israel
Carta enviada ao presidente do Conselho de Segurança visa prevenção de "catástrofe total" após morte do líder do Hezbollah em Beirute
O enviado do Irã para a Organização das Nações Unidas (ONU), Amir Saeid Iravani, solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para “condenar as ações de Israel nos termos mais fortes possíveis”.
A carta foi publicada após um ataque israelense em Beirute na sexta-feira que matou Hassan Nasrallah, líder do grupo militante libanês Hezbollah e um importante aliado do Irã.
Em uma carta ao presidente do conselho no sábado, Iravani pediu aos membros do Conselho de Segurança que “tomassem medidas imediatas e decisivas para deter a agressão em andamento de Israel” e impedissem que ela “empurrasse toda a região para uma catástrofe total”.
“Em 27 de setembro de 2024, Israel perpetrou um flagrante ato de agressão terrorista contra áreas residenciais em Beirute, usando destruidores de bunkers de mil libras [mais de 450 kg] fornecidos pelos EUA para assassinar Seyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah”, disse Iravani, acrescentando que “muitas pessoas inocentes” e um general iraniano também foram mortos no ataque.
“Há um ano, Israel vem cometendo genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza com total impunidade, enquanto o Conselho de Segurança da ONU permanece paralisado devido à obstrução dos Estados Unidos a uma decisão efetiva daquele órgão”, disse Iravani.
Iravani também alertou “fortemente” contra “qualquer ataque às instalações diplomáticas e representantes [do Irã] em violação ao princípio fundamental da inviolabilidade das instalações diplomáticas e consulares”.
“O Irã não hesitará em exercer seus direitos inerentes sob o direito internacional para tomar todas as medidas em defesa de seus interesses nacionais e de segurança vitais”, acrescentou.
Em abril, o Irã acusou Israel de bombardear seu complexo de embaixadas na Síria. O ataque aéreo destruiu o prédio do consulado na capital Damasco, matando pelo menos sete oficiais, incluindo Mohammed Reza Zahedi, um alto comandante da Guarda Revolucionária de elite do Irã, e o comandante sênior Mohammad Hadi Haji Rahimi, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Irã.
Em resposta, o Irã lançou um breve, mas sem precedentes, ataque de drones e mísseis em larga escala contra Israel. Ninguém foi morto em Israel pelo ataque.