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    Irã expande enriquecimento de urânio “em altos níveis” chegando a 60%, diz AIEA

    Agência Internacional de Energia Atômica diz que o enriquecimento está além do limite; elemento em 90% passa a ser considerado adequado para armas

    Vista da instalação iraniana de enriquecimento de urânio de Natanz, a 250km ao sul da capital Teerã
    Vista da instalação iraniana de enriquecimento de urânio de Natanz, a 250km ao sul da capital Teerã Foto: Raheb Homavandi (Reuters)

    Da Reuters

    O Irã está expandindo seu enriquecimento de urânio no centro nuclear de Natanz, um condado do país, além do limite de 20% de pureza. Os níveis estão em 60%, disse a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, ou IAEA, sigla em inglês) nesta segunda-feira (25).

    A prática aumenta a capacidade energética do urânio natural. A nova atividade, porém, não envolve a manutenção do produto, disse a AIEA. O urânio em 90% passa a ser considerado adequado para armas.

    A medida provavelmente ajudará o Irã a refinar seu conhecimento do processo de enriquecimento — algo que as potências ocidentais geralmente condenam por ser irreversível — mas, como desta vez o produto não está sendo coletado, não irá acelerar imediatamente a produção iraniana de urânio enriquecido quase para armas. 

    No entanto, levou a Agência Internacional de Energia Atômica a “aumentar a frequência e intensidade de suas atividades de salvaguarda” na Planta Piloto de Enriquecimento de Combustível (PFEP) acima do solo em Natanz, disse a AIEA em um relatório cuja Reuters teve acesso.

    A AIEA disse em um comunicado que o Irã informou na semana passada sobre mudanças na configuração das centrífugas, máquinas que enriquecem urânio, na planta — o Irã alimentaria urânio enriquecido em até 20% em um número limitado de centrífugas extras sem coletar o produto.

    “Em 25 de outubro de 2021, a Agência verificou que o Irã começou a alimentar (gás hexafluoreto de urânio) enriquecido até 20% de U-235 em uma única centrífuga IR-6 na linha 2 de P&D na PFEP e que os fluxos de produto e caudas resultantes estavam sendo refeitos como combinado”, disse o relatório da IAEA, significando que após separar o produto enriquecido, ele foi misturado aos resíduos da centrífuga, e não foi guardado.

    Pacto nuclear de 2015

    O Irã disse que planejava alimentar também urânio enriquecido em até 20% em outras centrífugas únicas ou cascatas de pequeno a médio porte, ou clusters, de máquinas na mesma linha, mas que não estavam sendo alimentadas na época, segundo a AIEA.

    O Irã ainda não anunciou uma data para retomar as discussões em Viena sobre o pacto nuclear de 2015, pelo qual restringiu seu programa nuclear em troca de alívio das sanções econômicas dos Estados Unidos, União Europeia e ONU.

    O então presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou o pacto em 2018 e impôs duras sanções aos EUA. Cerca de um ano depois, o Irã começou a violar alguns dos limites do acordo sobre o enriquecimento de urânio.