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    Investigação da Anistia Internacional revela “padrão de crimes cometidos por forças russas” na Ucrânia

    Pesquisadores passaram 12 dias investigando os supostos crimes e "visitando locais de vários assassinatos" em diversas cidades localizadas na região noroeste de Kiev, capital do país

    Radina Gigovada CNN , em Londres

    As forças russas “devem enfrentar a justiça por uma série de crimes de guerra” cometidos na região noroeste de Kiev, capital da Ucrânia, disse a Anistia Internacional nesta sexta-feira (6) em uma coletiva de imprensa em Kiev após uma investigação realizada no país.

    A investigação, baseada “em dezenas de entrevistas e extensa revisão de provas materiais”, documentou “ataques aéreos ilegais em Borodyanka e execuções extrajudiciais em outras cidades e vilarejos, incluindo Bucha, Andriivka, Zdvyzhivka e Vorzel”. A Rússia nega ataque a civis.

    Uma delegação da Anistia Internacional conversou com sobreviventes, famílias de vítimas e altos funcionários ucranianos, disse o órgão de vigilância.

    “O padrão de crimes cometidos pelas forças russas que documentamos inclui tanto ataques ilegais quanto assassinatos deliberados de civis”, disse a secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard, em comunicado.

    “Conhecemos famílias cujos entes queridos foram mortos em ataques horríveis e cujas vidas mudaram para sempre por causa da invasão russa. Apoiamos suas demandas por justiça e pedimos às autoridades ucranianas, ao Tribunal Penal Internacional e outros que garantam a preservação de provas que possam apoiar futuros processos por crimes de guerra”, disse.

    Durante 12 dias de investigações, pesquisadores da Anistia entrevistaram moradores em Bucha, Borodianka, Novyi Korohod, Andriivka, Zdvyzhivka, Vorzel, Makariv e Dmytrivka, e “visitaram locais de vários assassinatos”, disse a Anistia.

    Em Borodianka, a Anistia Internacional constatou que “pelo menos 40 civis foram mortos em ataques desproporcionais e indiscriminados, que devastaram um bairro inteiro e deixaram milhares de pessoas desabrigadas”.

    Em Bucha e em várias outras cidades e vilarejos localizados a noroeste de Kiev, a Anistia documentou “22 casos de assassinatos ilegais cometidos por forças russas, a maioria dos quais aparentes execuções extrajudiciais”.

    Em 1º e 2 de março, uma série de ataques aéreos russos atingiram oito prédios residenciais na cidade de Borodianka, que abrigava mais de 600 famílias, disse a Anistia.

    “Os ataques mataram pelo menos 40 moradores e destruíram os prédios, assim como dezenas de casas ao redor. A maioria das vítimas foi morta nos porões dos prédios, onde procuraram abrigo. Outros morreram em seus apartamentos”, disse a Anistia.

    A Anistia pediu que todos os responsáveis ​​por crimes de guerra sejam responsabilizados criminalmente por suas ações.

    “Sob a doutrina da responsabilidade de comando, superiores hierárquicos, incluindo comandantes e líderes civis, como ministros e chefes de Estado, que sabiam ou tinham motivos para saber sobre crimes de guerra cometidos por suas forças, mas não tentaram detê-los ou puni-los, também deve ser responsabilizado criminalmente”, diz a Anistia.

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