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    Invasão russa aumenta insegurança alimentar na América Latina e no Caribe, diz ONU

    "Milhões de pessoas podem ser empurradas para a miséria e fome se o conflito na Ucrânia continuar", disse diretora do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas

    Jorge Engelsda CNN

    A invasão russa da Ucrânia está contribuindo para o aumento repentino do número de pessoas sofrendo de insegurança alimentar severa na América Latina e no Caribe, alertou o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas em nota nesta terça-feira (24), acrescentando mais pressão em uma região que já sofre com as consequências da Covid-19 e os efeitos das mudanças climáticas.

    Entre dezembro de 2021 e março de 2022, o PMA disse que, de acordo com pesquisas recentes conduzidas pela organização, o número de pessoas sofrendo com insegurança alimentar severa “decolou” em mais de 500 mil. A Rússia começou sua invasão na Ucrânia há exatamente três meses, em 24 de fevereiro.

    “Milhões de pessoas podem ser empurradas para a miséria e fome se o conflito na Ucrânia continuar. A região já está lidando com a Covid-19, aumento de custou e climas extremos”, disse Lola Castro, diretora regional do PMA para a América Latina e o Caribe. “Podemos voltar aos picos de insegurança alimentar vistos durante o auge da pandemia, quando a perda de empregos e renda, inflação nos alimentos e outros fatores lutam contra as pessoas mais vulneráveis”.

    O PMA disse que a guerra na Ucrânia levou ao aumento dos preços da energia e de commodities, o que está impulsionando um aumento na inflação dos alimentos que ameaça a região, pois diversos países são dependentes de importações de cereais. O órgão acrescentou que as nações do Caribe que importam quantidades relevantes de comida serão particularmente afetadas pelos “crescentes” preços do frete marítimo.

    Antes da guerra, suprimentos de trigo da Rússia e da Ucrânia contabilizavam quase 30% do comércio global, e a Ucrânia é o quarto maior exportador de milho e quinto maior exportador de trigo do mundo, segundo o Departamento de Estado dos EUA. O PMA, que ajuda a combater a insegurança alimentar no mundo, compra cerca de metade do seu trigo da Ucrânia anualmente e avisou sobre as consequências se os portos ucranianos não forem abertos.

    Desde que a guerra começou, a Rússia está bloqueando a Ucrânia de exportar bens por seus portos, alimentando os temores de uma crise global de comida.

    “A Rússia bloqueou quase todos os portos, e todas, por assim dizer, as oportunidades de exportar comida – nossos grãos, cevada, girassóis e mais”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no sábado (21).

    Os EUA e a Ucrânia também acusaram a Rússia de roubar suprimentos de grãos da Ucrânia, o que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ser uma “notícia falsa”, segundo agências estatais de notícias russas. A CNN viu duas imagens de satélites que mostram dois navios russos atracando e sendo carregados com o que acredita-se ser grãos roubados da Ucrânia. A CNN também rastreou um navio russo carregando grãos ucranianos, da Crimeia para a Síria depois de ser recusado em portos do Egito e do Líbano.

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