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    Interesse de busca por Zelensky no Google só supera o de Putin em dias de encontro com Lula

    Picos de interesse de busca pelo presidente ucraniano no Brasil em 2023 ocorreram na semana de 21 de maio e na semana de 17 de setembro

    Fernanda Pinottida CNN , São Paulo

    O interesse de busca pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi quase cinco vezes maior, em média, do que o interesse de busca pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao longo do último ano no Brasil.

    Os únicos momentos nos quais Zelensky foi mais buscado que Putin pelos brasileiros estavam relacionados a possibilidade de encontro entre ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com dados do Google Trends.

    Os dois picos de interesse de busca pelo presidente ucraniano – únicos momentos em que ele ultrapassa o interesse por Vladimir Putin nas buscas feitas no Brasil – ocorreram na semana de 21 de maio e na semana de 17 de setembro.

    De acordo com o Google Trends, os números representam o interesse de pesquisa relativo ao ponto mais alto no gráfico de uma determinada região em um dado período.

    Um valor de 100 representa o pico de popularidade de um termo. Um valor de 50 significa que o termo teve metade da popularidade. Uma pontuação de 0 significa que não havia dados suficientes sobre o termo.

    Relação tensa entre Lula e Zelensky

    A relação entre os dois líderes sempre esteve envolta em tensão, já que Zelensky critica Lula por adotar uma postura pouco incisiva contra a Rússia durante o conflito entre os dois países.

    O presidente brasileiro apoia a ideia de criar um grupo de países neutros que pudessem negociar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e chegou a insinuar que Zelensky deveria abrir mão de parte dos territórios dominados pela Rússia, para que a guerra – que caminha para completar dois anos desde a invasão russa em fevereiro de 2022 – tivesse um fim.

    Não por acaso, a principal pesquisa relacionada a Zelensky no Brasil é o nome de Lula, segundo o Google Trends.

    Quase encontro

    No dia 21 de maio, maior pico de buscas pelo nome de Zelensky no Brasil no último ano, os presidentes do Brasil e da Ucrânia deveriam ter um encontro bilateral pela primeira vez durante a cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão. No entanto, por conta de uma incompatibilidade de agendas, segundo os dois governos, os dois não se reuniram.

    Fontes do governo garantiram à época que a oferta de um horário foi feita aos ucranianos, mas Lula disse que Zelesnky não apareceu para a reunião. 

    “Nós tínhamos uma entrevista [sic] bilateral com a Ucrânia às 3 horas da tarde [horário local]. Nós tínhamos a informação de que eles tinham atrasado, enquanto isso, atendi o presidente do Vietnã. Quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente, teve outro compromisso e não pode vir aqui. Foi simplesmente isso que aconteceu”, alegou Lula à época.

    Após faltar a reunião com Lula durante a cúpula do G7 em maio, Zelensky chegou a dizer que quem havia ficado decepcionado pela ausência era Lula.

    O presidente ucraniano sinalizou que, de fato, houve uma incompatibilidade de agendas, mas fez questão de dizer que, mesmo que cada líder tivesse sua agenda, ainda assim se encontrou com quase todos.

    “Entendimento mútuo”

    O segundo pico de buscas pelo nome de Zelensky – consideravelmente menor que o primeiro – ocorreu no dia 20 de setembro, quando Lula e Zelensky se reuniram, em Nova York, nos Estados Unidos, em meio à Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Conforme apurou a CNN, a iniciativa do encontro partiu do lado ucraniano e esta foi a primeira reunião bilateral entre eles realizada pessoalmente.

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o encontro foi muito importante: “Houve um entendimento mútuo, muito bom. Ambos os presidentes deram instruções aos seus ministros do Exterior para continuar trabalhando em temas bilaterais e multilaterais e continuar discutindo a questão da paz”.

    Ambos os presidentes se pronunciaram nas redes sociais após a reunião.

    Zelensky chamou a conversa entre os dois de “honesta e construtiva” e disse que ambos instruíram “as equipes diplomáticas a trabalhar nos próximos passos nas nossas relações bilaterais e nos esforços de paz”.

    Lula também publicou: “Tivemos uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países”.

     

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