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    Inteligência dos EUA diz que Irã e Rússia tentaram interferir na eleição de 2020

    Diretor de Inteligência dos EUA e membro do FBI disseram ter evidências de que países acessaram registros de eleitores e, por e-mails, tentam prejudicar pleito

    O republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden durante primeiro debate presidencial nos EUA
    O republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden durante primeiro debate presidencial nos EUA Foto: Reprodução/CNN (29.set.2020)

    De Joseph Menn e Sarah N. Lynch,

    da Reuters

    O diretor de Inteligência Nacional dos EUA, John Ratcliffe, afirmou, nesta quarta-feira (21), que Rússia e Irã tentaram interferir nas eleições presidenciais de 2020.

    Ratcliffe denunciou os dois países em uma entrevista coletiva organizada às pressas que também incluiu o diretor do FBI, Chris Wray.

    O anúncio, realizado duas semanas antes da eleição, mostrou o nível de alarme entre as principais autoridades dos EUA de que atores estrangeiros estejam tentando minar a confiança dos americanos na integridade do voto e espalhar desinformação na tentativa de influenciar seu resultado.

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    “Confirmamos que algumas informações de registro de eleitores foram obtidas pelo Irã e, separadamente, pela Rússia”, disse Ratcliffe durante a entrevista coletiva.

    A maior parte desse registro eleitoral é público. Mas Ratcliffe disse que funcionários do governo “já viram o Irã enviar e-mails falsos destinados a intimidar os eleitores, incitar a agitação social e prejudicar o presidente Trump”.

    Ratcliffe estava se referindo a e-mails enviados na quarta-feira e projetados para parecer que vinham do grupo pró-Trump Proud Boys, ligada ao movimento supremacista branco.

    As agências de inteligência dos EUA advertiram anteriormente que o Irã poderia interferir para prejudicar Trump e que a Rússia estava tentando ajudá-lo nas eleições.

    Especialistas externos disseram que, se Ratcliffe estiver correto, o Irã tentará prejudicar Trump, buscando relacioná-lo a grupos violentos.

    Um porta-voz da missão do Irã nas Nações Unidas negou que o país tenha tentado interferir nas eleições americanas.

    “O Irã não tem interesse em interferir nas eleições nos EUA e não tem preferência pelo resultado”, disse o porta-voz Alireza Miryousefi em um comunicado.

    O líder democrata do Senado dos Estados Unidos, Chuck Schumer, que recebeu um relatório na tarde de quarta-feira sobre a segurança das eleições, disse que discordava de Ratcliffe de que o Irã estaria tentando especificamente prejudicar Trump.

    “Ficou claro para mim que a intenção do Irã, neste caso, e da Rússia, em muitos outros casos, é basicamente minar a confiança em nossas eleições. Não acredito que essa ação visava desacreditar o presidente Trump”, disse Schumer à MSNBC em uma entrevista.

    O porta-voz da Casa Branca, Judd Deere, disse que Trump instruiu as agências governamentais “a monitorar e impedir de forma proativa qualquer tentativa de interferir nas eleições nos EUA” e “impedir uma tentativa dos adversários da América de minar as eleições”.

    Os e-mails estão sendo investigados e uma fonte de inteligência afirmou que ainda não estava claro quem estava por trás deles.

    Outra fonte do governo declarou que as autoridades americanas estão investigando se pessoas ligadas ao Irã invadiram uma rede ou site do Proud Boys para distribuir materiais ameaçadores. Segundo essa fonte, as autoridades americanas suspeitam que o governo iraniano esteja envolvido, mas as evidências continuam inconclusivas.

    Alguns desses e-mails também continham um vídeo, desmentido por técnicos especialistas, que pretendia mostrar como cédulas falsas podiam ser enviadas. 

    A segunda fonte governamental disse que as autoridades dos EUA têm evidências de que a Rússia e o Irã tentaram invadir os dados da lista de eleitores em estados não identificados.