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    Instalação nuclear mais perigosa da Europa tem vazamento “cada vez maior”, diz jornal

    Relatório da União Europeia pontua que acidente em Sellafield pode ser pior que Chernobyl

    Da CNN

    A Sellafield, a instalação nuclear mais perigosa da Europa, está com um vazamento que está “cada vez maior” em um silo de resíduos radioativos, que pode representar um risco para a população, segundo o jornal The Guardian.

    Essa planta tem seis quilômetros quadrados e emprega 11 mil pessoas. Ela armazena e trata resíduos nucleares provenientes de programas de armamento e produção de energia nuclear, sendo a maior do tipo na Europa.

    Entretanto, uma investigação do Guardian, nomeada Nuclear Leaks, revelou fissuras em um reservatório de lama tóxica e rachaduras na camada de concreto e asfalto que cobre o enorme lago que contém décadas de lama nuclear.

    O vazamento é um dos “maiores riscos nucleares no Reino Unido” e continuará até 2050, de acordo com o jornal. O fato poderia causar “consequências potencialmente significativas” se ganhar força, podendo contaminar águas subterrâneas.

    A situação também teria causado tensão diplomática entre países como Estados Unidos, Noruega e Irlanda, que procuram garantir que a situação seja contida.

    Um documento enviado aos membros do conselho de administração de Sellafield em novembro de 2022 ao qual o Guardian teve acesso levantou preocupações sobre a piora na segurança em todo o local.

    O relatório alerta para o “risco cumulativo” de falhas que vão desde a segurança nuclear até ao amianto e aos padrões de incêndio.

    Um relatório da União Europeia de 2001 adverte que um acidente em Sellafield poderia ser pior do que Chornobyl, pois a instalação contém significativamente mais material radioativo do que a usina ucraniana, destaca o jornal.

    Entre as preocupações de autoridades mundiais está a possibilidade de um acidente no local causar uma nuvem de partículas radioativas, que seriam transportadas pelos ventos do sudoeste através do Mar do Norte, com consequências potencialmente devastadoras para a produção alimentar e a vida selvagem da Noruega, por exemplo.

    Sellafield tenta extrair décadas de resíduos nucleares do MSSS, uma instalação que remonta à década de 1960. A tarefa, segundo a empresa, poderá levar pelo menos 20 anos. Os vazamentos ocorrem há mais de três anos, relata o Guardian.

    Outro lado

    A Sellafield publicou uma nota a respeito do que foi noticiado pelo The Guardian. O texto destaca que não há risco elevado para a segurança pública como resultado dos problemas relatados pelo jornal.

    “Somos totalmente abertos e transparentes sobre os riscos e perigos em nossa planta. Todas as questões mencionadas no Guardian são conhecidas e estão sendo abordadas com o apoio do nosso regulador”, comentam.

    “Publicamos rotineiramente atualizações em nosso site e as compartilhamos para análise em reuniões públicas. Nossas estatísticas de segurança são publicadas anualmente em nossa análise anual de desempenho”, adicionam.

    A companhia destaca ainda continua fazendo progressos na abordagem dos riscos e que removem “rotineiramente” resíduos de todos os edifícios de maior prioridade, incluindo dois referenciados pelo Guardian.

    “A natureza do nosso local significa que, até completarmos a nossa missão, as nossas instalações de maior risco representarão sempre um risco”, finalizou.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

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