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    Iniciativa pretende restaurar 18 mi de quilômetros quadrados do oceano em 5 anos

    Aliança feita entre organizações sem fins lucrativos visa sete áreas oceânicas em todo o mundo; atualmente menos de 3% dos mares estão protegidos.

    Nell Lewis, , da CNN,

    Os oceanos cobrem mais de 70% do nosso planeta, com um total de 361 milhões de quilômetros quadrados. Uma iniciativa lançada na terça-feira (20) visa proteger 5% dessa área nos próximos cinco anos. 

    Pode parecer pouco, mas 18 milhões de quilômetros quadrados é uma área maior do que todo o continente da América do Sul. E considerando que, segundo algumas estimativas, menos de 3% do oceano global está totalmente protegido, tanto a meta quanto o prazo são ambiciosos.

    A iniciativa, batizada de Blue Nature Alliance, tem “um objetivo muito audacioso”, disse M. Sanjayan, CEO da Conservation International, uma das organizações que estão liderando o programa. “É provavelmente o maior esforço de conservação individual em termos de tamanho e velocidade”.

    Os oceanos são essenciais para a sobrevivência humana, ajudando a regular as chuvas, o clima e até os níveis de oxigênio no ar. Mas eles estão cada vez mais sob a ameaça de mudanças climáticas, da poluição e da pesca predatória.

    Uma colaboração entre a Conservation International e outras organizações ambientais e sociais sem fins lucrativos — incluindo entidades como The Pew Charitable Trusts, Global Environment Facility, Minderoo Foundation e Rob and Melani Walton Foundation — a Blue Nature Alliance arrecadou U$ 125 milhões (cerca de R$ 700 milhões) para proteger o oceano dessas ameaças.

    Áreas alvo

    A iniciativa começou visando sete localizações oceânicas ao redor da Antártica, Fiji, Canadá, as Seychelles, Palau, Oceano Índico Ocidental e Tristão da Cunha, uma ilha no sul do Oceano Atlântico. Essas áreas cobrem mais de 6,5 milhões de quilômetros quadrados no total — mais de um terço da meta geral.

    Infográfico sobre os oceanos
    Foto: CNN

    A aliança diz que começará focando na conservação dessas áreas, trabalhando com as comunidades locais e líderes nacionais para estabelecer novas áreas marinhas protegidas (AMPs) e melhorar a gestão das já existentes.

    Sanjayan diz que uma AMP deve estar em algum lugar onde “não haja pesca comercial em grande escala, haja um plano de manejo, um plano de monitoramento e a inclusão das comunidades locais”. 

    De acordo com o Atlas de Proteção Marinha, cerca de 7% dos oceanos globais foram designados como áreas protegidas, mas apenas 2,7% são consideradas “totalmente protegidas”. 

    “Algumas delas têm apenas o nome”, disse Sanjayan à CNN, acrescentando que a Blue Nature Alliance quer implementar e manter totalmente essas zonas. 

    No Oceano Antártico, onde a iniciativa quer proteger uma área com o dobro do tamanho da Indonésia, os esforços estão focados em impedir a pesca industrial e preservar as espécies que são essenciais para a cadeia alimentar lá, como focas-leopardo, pinguins e krill.

    Nas ilhas de Lau, uma área no lado oriental do arquipélago de Fiji, a aliança está trabalhando em estreita colaboração com o governo para atribuir legalmente novas áreas protegidas e impor limites para a pesca e o turismo, e afirma que isso apoiará a população indígena da região, protegendo a cultura local e o abastecimento de alimentos.

    Oceano Antártico
    A Blue Nature Alliance está trabalhando para proteger mais de 3,8 milhões de quilômetros quadrados de oceano na Antártica
    Foto: Richard Sidey/Conservation International

    Embora Sanjayan admita que aplicar essas medidas será um desafio, ele acredita que os avanços tecnológicos irão ajudar; as melhorias na tecnologia de satélites tornaram mais fácil detectar a pesca ilegal, enquanto o apoio das comunidades locais ajudará a garantir a manutenção das áreas protegidas.

    “Se as pessoas no país entendem por que (o oceano) é importante, é muito mais provável que queiram protegê-lo”, diz ele.

    Preservando a biodiversidade

    Os esforços da Blue Nature Alliance irão contribuir para uma iniciativa de conservação global para proteger pelo menos 30% do oceano até 2030, uma meta que deverá ser ratificada na Conferência das Nações Unidas Sobre Biodiversidade ainda este ano. A pesquisa sugere que esse nível de proteção é necessário para manter a biodiversidade e os ecossistemas marinhos.

    Em um comunicado à imprensa, a ex-chefe do clima da ONU, Christiana Figueres, saudou o lançamento da Aliança.

    “Como as emissões de gases de efeito estufa continuam a ameaçar nosso planeta, restaurar e manter a saúde dos oceanos por meio de esforços como a Blue Nature Alliance pode ajudar a preservar a biodiversidade e proteger o planeta contra os impactos devastadores das mudanças climáticas”, disse ela.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês).

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