Influenciadora brasileira é deportada dos EUA e relata desespero: “Um pesadelo”
Sem ouvir justificativa, Josiane Domingo ficou três dias detida por agentes de imigração em Los Angeles: "Trauma é para sempre"
Josiane Domingos, uma criadora de conteúdo brasileira, viralizou ao contar que ficou presa na imigração no aeroporto de Los Angeles, nos Estados Unidos, no final de dezembro do ano passado.
Em uma série de vídeos na sua conta do TikTok, que tem quase três milhões de seguidores, Jojo, como é conhecida, relatou que viveu dias de “pesadelo”.
Como é naturalizada portuguesa e mora em Londres, tem passaporte europeu, e o visto necessário – o ESTA – estava atualizado. Ainda assim, ela foi abordada por agentes de imigração assim que saiu do avião.
Passou três dias na imigração e, ao final, foi deportada sem ouvir qualquer tipo de justificativa.
À CNN, Josiane contou que, por ter medo de voar, teve crises de pânico durante todo o trajeto e que, inclusive, recebeu ajuda com máscaras de oxigênio da equipe de bordo.
Só que, assim que pousou na cidade americana, foi “recebida” por policiais na porta do avião: “Eles me disseram que, como tinham ido me pegar direto na fila do desembarque, é porque tinha alguma coisa errada”.
Jojo conta que tentou questionar, mas os agentes foram ríspidos e a levaram para a sala de imigração.
@jojo_domingos ⚠️Fui deportada pt1⚠️ #fy #foryou #brasileiranagringa
Dias de “pesadelo”
Sem celular, malas ou documentos, a influencer foi questionada por horas a fio no dia 23 de dezembro. Ela tentou mostrar que trabalhava com a internet e que o seu passaporte europeu e visa eletrônico estavam em ordem, mas sem sucesso.
Josi relata que se sentiu “atacada” e agredida verbalmente a todo o momento. Do seu ponto de vista, passou pela situação por ser uma mulher latina: “Eu sei que os Estados Unidos têm um histórico de preconceito forte.
Várias vezes, nas perguntas que me faziam, insinuaram que eu era prostituta ou estava envolvida com gangues e tráfico de drogas”.
Após ter comprado nova passagem para voltar a Londres por conta própria, foi impedida de embarcar. Mais dois dias se passaram. No período, Josi só conseguiu falar com a família em duas ocasiões, umas delas na noite de Natal.
O esperado retorno aconteceu apenas no dia 26, em um voo selecionado pelos agentes policiais. Mais uma vez, ela foi levada até a porta do avião, e só conseguiu ter acesso ao celular depois de três horas de voo.
Prejuízo e medidas tomadas
Entre hospedagens e reservas que não foram aproveitadas, e o voo de volta a Londres que comprou e perdeu, Josiane contabiliza cerca de três mil libras de prejuízo, o equivalente a quase R$ 20 mil. Fora o trauma – do qual não se esquecerá tão cedo.
Por enquanto, ela ainda não encontrou um advogado de imigração para tomar as medidas e os processos cabíveis, mas teme que, ao fazê-lo, possa ser proibida de voltar ao país: “Se eu for para a justiça, pode ser que nunca mais consiga voltar lá, mas o prejuízo psicológico e emocional, são os piores”.
Questionada pela CNN, a embaixada dos Estados Unidos disse, em nota, que “devido à lei de privacidade do governo dos Estados Unidos”, não pode compartilhar informações sobre casos individuais.
O programa de isenção de vistos do país, o ESTA, abrange o caso de de Josiane Domingos, que portava passaporte europeu e a autorização eletrônica solicitada.