Índia atinge recorde de vacinação contra Covid com distribuição gratuita
Antes, governo federal só oferecia doses para idosos e trabalhadores da saúde na linha de frente
A Índia iniciou nesta segunda-feira (21) uma campanha de âmbito nacional de administração de vacinas contra Covid-19 gratuitas a todos os adultos e atingiu recorde de 5 milhões de doses, depois de semanas de críticas segundo as quais uma distribuição caótica provocou escassez aguda e intensificou uma segunda onda mortal que matou centenas de milhares em abril e maio.
No início deste mês, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reverteu uma diretriz que instruía os estados a fazerem suas próprias encomendas às farmacêuticas e a administrar doses a pessoas de 18 a 45 anos juntamente com hospitais particulares.
Como a maioria dos estados está fechando centros de vacinação para a população mais jovem alegando escassez, uma maioria procurou hospitais particulares que cobravam de 9 a 24 dólares por dose, e as defasagens de suprimentos entre áreas urbanas e rurais aumentou.
O país está usando doses da vacina AstraZeneca fabricadas domesticamente e a Covaxin da empresa indiana Bharat Biotech. O governo indiano está tentando obter vacinas estrangeiras, como a da Pfizer, e descartou regras rígidas para permitir importações mais rápidas.
Especialistas alertam para uma possível terceira onda, já que somente cerca de 5% de todas as 950 milhões de pessoas autorizadas está totalmente inoculada com duas doses, apesar de as infecções diárias terem caído neste mês.
Na últimas 24 horas, a Índia relatou 53.256 infecções, a menor cifra desde 24 de março. As infecções atingiram um pico de cerca de 400 mil por dia em maio, e as mortes dispararam para cerca de 170 mil em abril-maio.
Como a maioria das cidades começa a suspender as restrições de lockdown, especialistas alertam que uma reabertura rápida poderia complicar o programa de vacinação – que precisa ser ao menos quatro vezes mais veloz.
As vacinações diárias atingiram um pico de 4,5 milhões no dia 5 de abril, mas desde então diminuem acentuadamente. Nos últimos 30 dias, a Índia aplicou uma média de 2,7 milhões de doses por dia.
Em Maharashtra, estado do oeste que foi o mais atingido pela segunda onda, autoridades disseram que pessoas de 30 a 45 anos serão uma prioridade agora que os suprimentos escasseiam.
“Temos um estoque suficiente, que esperamos durar pelos próximos três a quatro dias, mas não vislumbramos suprimentos de estoque depois disso”, disse Santosh Revankar, autoridade de saúde de alto escalão do organismo civil de Mumbai, à Reuters.
O estado permitiu que alguns negócios voltem a funcionar e suspendeu parcialmente as restrições ao transporte público, mas mantendo toques de recolher nos finais de semana em algumas cidades.