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    Imposição de novas leis de segurança nacional preocupa moradores de Hong Kong

    Ao saberem que Pequim planeja impor novas leis de segurança nacional em Hong Kong, população demonstra preocupação com as gerações mais jovens

    Hong Kong adotou medidas rígidas contra segunda onda do novo coronavírus
    Segundo a líder de Hong Kong, Carrie Lam, a nova lei de segurança nacional não afetaria direitos, liberdades ou independência judicial da região 
    Foto: Reuters

    O vendedor de jornais Man, 60, ficou sem palavras quando viu a notícia de que Pequim planeja impor leis de segurança nacional em Hong Kong, e se preocupou com o que o futuro reserva para os jovens da cidade governada pela China.

    Os governantes do Partido Comunista em Pequim divulgaram, na sexta-feira (22), detalhes da legislação que os críticos veem como um ponto de virada para a ex-colônia britânica, que desfruta de muitas liberdades, incluindo um sistema jurídico independente e direito de protestar, não permitidas na China continental.

    “Fiquei muito chateado quando segurei o jornal com a manchete de que a lei de segurança nacional chegou a Hong Kong”, disse Man, que se recusou a fornecer o nome completo devido à sensibilidade do assunto.

    “Sinto-me chateado com a geração jovem. O que eles podem fazer agora, para onde podem ir?” disse Man, que vende jornais no movimentado distrito da classe trabalhadora de Mong Kok há quase 50 anos. 

    Lok, 42, balconista de uma empresa de investimentos e mãe de dois filhos de 16 e nove anos, compartilhou seu sentimento de desespero com as perspectivas para a geração mais jovem de Hong Kong. “Não há mais perspectivas para eles”, disse, acrescentando que espera que seus filhos possam deixar a cidade.

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    “Acho que Hong Kong está meio morta. Não esperava que Hong Kong se deteriorasse tão rapidamente”, diz.

    Lui, 22, que trabalha com marketing, disse que se assustou quando ouviu a notícia, e afirmou que o povo de Hong Kong precisa ser persistente para lutar contra o aperto cada vez maior de Pequim sobre a cidade.

    “Se Hong Kong ainda é ou não Hong Kong, depende de nós, pessoal de Hong Kong”, disse Lui. “Não devemos desistir facilmente, simplesmente por causa da lei de segurança nacional. Ser persistente é o espírito de Hong Kong.”

    Outros esperam que as leis propostas possam ajudar a acalmar uma cidade assolada por meses de protestos antigovernamentais violentos, que mostram sinais de aumento de força à medida que a raiva aumenta com a ação de Pequim de firmar sua autoridade sobre a cidade.

    A líder de Hong Kong, Carrie Lam, diz que seu governo “vai cooperar totalmente” com o parlamento chinês para preservar a segurança nacional que, segundo ela, não afetaria direitos, liberdades ou independência judicial.

    “Não somos pessoas ricas e não somos financeiramente sólidos. Ganhar o meu sustento é o que mais importa para alimentar minha família”, disse Ben Ip, 45, mecânico e proprietário de uma oficina de pintura de veículos no distrito de Tai Hang da cidade.

    “Como cidadão comum de Hong Kong, queremos ter uma vida estável em um ambiente seguro. A lei pode acelerar a saída de algumas pessoas. Pode ser uma coisa boa a longo prazo, levando a uma Hong Kong mais calma”. 

    *Com informações da Reuters

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