Hospital no sul do Líbano está fora de serviço após ataques de Israel, diz diretor
Ao menos sete pessoas foram mortas do lado de fora da unidade de saúde, segundo Mones Kalakish
Um dos hospitais mais ao sul do Líbano está fora de serviço nesta sexta-feira (1°) após ataques israelenses próximos à instalação, disse o diretor do hospital, doutor Mones Kalakish, à CNN.
O ataque matou sete pessoas do lado de fora da entrada do Hospital Governamental Marjayoun, de acordo com Kalakish.
A CNN entrou em contato com o Exército israelense e aguarda retorno.
“Nós resistimos o máximo que pudemos, mas esta manhã fomos atacados e tivemos que nos retirar”, relatou Kalakish à CNN.
“Estávamos em pânico e aterrorizados”, adicionou.
Unidades de saúde fechadas
Ao menos 37 unidades de saúde fecharam no sul do Líbano desde o início da atual campanha de bombardeio de Israel, há quase duas semanas, de acordo com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Na quinta-feira (3), 28 profissionais de saúde foram mortos por ataques israelenses, segundo Ghebreyesus.
As forças israelenses estão realizando ataques aéreos no sul do território libanês nos últimos dias, enquanto se preparam para possíveis novas operações terrestres no país.
Dezenas de milhares de pessoas fugiram da região temendo por sua segurança.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.