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    Homem que urinou em membro de comunidade tribal tem casa demolida na Índia

    Pravesh Shukla foi preso e acusado na terça-feira (4) pelo ato obsceno; autoridades dizem que moradia foi construída ilegalmente

    Tara SubramaniamManveena Surida CNN

    As autoridades do estado de Madhya Pradesh, no centro da Índia, demoliram a casa de um homem depois que um vídeo que parecia mostrá-lo urinando em um membro de uma comunidade tribal se tornou viral nas redes sociais esta semana.

    Embora o incidente capturado no vídeo supostamente tenha ocorrido há um ano, o homem, identificado pela polícia como Pravesh Shukla, foi preso e acusado na terça-feira (4) pelo ato obsceno. Ele pode ser multado e preso por até dois anos, disse a polícia.

    “Assim que soubemos deste vídeo que se tornou viral, a polícia entrou em ação”, disse Priya Singh, vice-superintendente de polícia do distrito de Sidhi, onde o incidente teria ocorrido.

    A polícia disse à CNN que o governo do estado também ordenou que a casa de Shukla fosse demolida porque foi “construída ilegalmente”. A mídia local mostrou a estrutura sendo demolida na quarta-feira (5).

    Esta não é a primeira vez que as autoridades indianas demoliram a casa de alguém acusado de atividades criminosas.

    Após violentos confrontos entre hindus e muçulmanos em abril de 2022, as autoridades de Madhya Pradesh demoliram várias propriedades pertencentes a pessoas que eles disseram serem “desordeiros” e “invasores”, alegando que as casas e lojas foram construídas ilegalmente em terras públicas.

    Apenas alguns meses depois, em junho de 2022, autoridades do estado de Uttar Pradesh demoliram as casas de várias pessoas acusadas de envolvimento em tumultos que protestavam contra comentários anti-islâmicos feitos por dois membros do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), do primeiro-ministro Narendra Modi.

    Ponto de conflito político

    Em uma postagem no Twitter nesta sexta-feira (7), o governo de Madhya Pradesh disse que a vítima receberia 500.000 rúpias (cerca de R$ 30 mil) em compensação e 150.000 rúpias (cerca de R$ 9 mil) para ajudá-lo a construir uma casa.

    O anúncio veio um dia depois que o ministro-chefe de Madhya Pradesh, Shivraj Singh Chouhan, visitou a vítima para se desculpar pelo que aconteceu com ela.

    “Desde que vi o vídeo [deste] incidente, meu coração está profundamente perturbado e cheio de dor”, tuitou Chouhan na quinta-feira (6).

    A sociedade tribal representa aproximadamente 8,6% da população da Índia, de acordo com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.

    Embora os mais de 104 milhões de indianos pertencentes a essas comunidades sejam reconhecidos pela constituição do país como “tribos classificadas” protegidas, eles permanecem “entre os grupos socioeconômicos mais marginalizados e desfavorecidos da Índia”, segundo a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).

    Enquanto Chouhan pediu que Shukla fosse punido severamente para dar o exemplo, políticos de partidos rivais aproveitaram o incidente para criticar Chouhan e o BJP, do qual ele é membro.

    Rahul Gandhi, um membro sênior do principal partido de oposição da Índia, o Congresso, afirmou em um tweet que “as atrocidades contra irmãos e irmãs tribais estão aumentando [sob] o governo do BJP”.

    Após sua visita à vítima, Chouhan tuitou que “atrocidades contra qualquer pessoa não serão toleradas”.

    “O respeito de cada cidadão do estado é meu objetivo”, disse ele.

    Membros do partido do Congresso também alegaram que Shukla era assessor de um membro do BJP na assembleia legislativa. Membros do BJP rejeitaram essa alegação.

    O ex-ministro-chefe de Madhya Pradesh, Kamal Nath, que também é membro do partido do Congresso, disse estar “profundamente triste” com o incidente, acrescentando: “É de partir o coração ver o vídeo de um líder do BJP urinando em um jovem tribal no distrito de Sidhi.”

    “Este incidente é um ataque à identidade tribal”, disse Nath em um tuite. “O partido do Congresso apoia completamente a sociedade tribal e continuará a fazer justiça a eles.”

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