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    Harry invoca memória da mãe em livro para jovens que perderam pais na pandemia

    Duque de Sussex escreveu prefácio em obra de instituição de caridade de apoio ao luto infantil com objetivo de 'dar conforto em saber que não estão sozinhos'

    Max Foster e Lauren Said-Moorhouse, da CNN

    O príncipe Harry revelou como a morte de sua mãe, Diana, princesa de Gales, o afetou em um novo livro com objetivo de apoiar crianças e jovens enlutados que perderam entes queridos na pandemia do novo coronavírus.

    Para marcar o dia de reflexão do Reino Unido na próxima terça-feira (23), no aniversário do primeiro lockdown nacional, o duque de Sussex escreveu o prefácio de Hospital by the Hill, um livro da instituição de caridade de apoio ao luto infantil de Hampshire, Simon Says.

    Ele conta a história de um jovem que enfrenta a morte de sua mãe, que trabalhava em um hospital local na linha de frente da crise do novo coronavírus.

    “Se você está lendo este livro, é porque perdeu seus pais ou um ente querido e, embora eu desejasse poder abraçá-lo agora, espero que esta história seja capaz de lhe dar conforto em saber que você não está sozinho”, começa a mensagem de Harry.

    Ele então se baseia em sua própria experiência com o luto em uma idade jovem e reflete sobre como isso o fez se sentir.

    “Quando eu era menino, perdi minha mãe. Na época, não queria acreditar ou aceitar, e isso deixou um enorme buraco dentro de mim. Sei como você se sente e quero garantir-lhe que com o tempo, esse buraco será preenchido com muito amor e apoio”, continua Harry.

    “Todos nós lidamos com a perda de uma maneira diferente, mas quando um pai vai para o céu, me disseram que o espírito, o amor e as memórias deles não vão. Eles estão sempre com você e você pode estar sempre com eles. Eu descobri que isso é verdade.”

    O príncipe termina a introdução compartilhando sua compreensão da solidão e da dor, dizendo aos leitores que o “sentimento vai passar”.

    “E vou fazer uma promessa a você: você se sentirá melhor e mais forte quando estiver pronto para falar sobre como isso te faz sentir.”

    A princesa Diana morreu em um acidente de carro em Paris em 1997 ao lado de seu parceiro, Dodi Fayed, e do motorista, Henri Paul, enquanto seu veículo estava sendo perseguido por paparazzi em motocicletas.

    Espera-se que Harry se junte a seu irmão, William, em julho, quando uma estátua de Diana será instalada no Kensington Gardens, um parque público em Londres. A escultura foi encomendada pelo duque de Cambridge e pelo duque de Sussex e será inaugurada no que seria o 60º aniversário da princesa de Gales.

    Harry e Meghan em entrevista para Oprah Winfrey
    Harry deve encontrar William, em julho, pela primeira vez desde entrevista para Oprah em inauguração de estátua de Diana
    Foto: Divulgação /Harpo Productions/Joe Pugliese/Reuters

    Será a primeira vez que os dois se verão desde que Harry se mudou para a Califórnia com sua família. Harry recentemente mencionou um desentendiimento com William em sua entrevista à Oprah Winfrey.

    Tanto Harry quanto seu irmão William já haviam revelado suas próprias lutas de saúde mental após a morte de sua mãe. Falando em um documentário da BBC de 2019, o duque de Cambridge disse que sentiu “dor como nenhuma outra” após a morte dela e encorajou as pessoas a serem mais abertas com seus sentimentos e lutas pessoais.

    “Eu acho que quando você está enlutado em uma idade muito jovem – a qualquer momento, na verdade, mas particularmente em uma idade jovem, eu posso concordar com isso – você sente uma dor como nenhuma outra, e você sabe que em sua vida será muito difícil encontrar algo que seja ainda pior do que isso”, disse William.

    Harry disse ao podcast de um jornal britânico em 2017 que procurou aconselhamento para lidar com sua dor depois que seu irmão sugeriu que ele procurasse ajuda profissional.

    “Posso dizer com segurança que perder minha mãe aos 12 anos e, portanto, desligar todas as minhas emoções nos últimos 20 anos teve um efeito muito sério não só na minha vida pessoal, mas também no meu trabalho”, disse Harry. 

    “Então comecei a ter algumas conversas e, de repente, toda essa tristeza que eu nunca havia processado veio à tona. Na verdade, há um monte de coisas aqui que eu preciso lidar.”

    A fundadora do Simon Says, Sally Stanley, disse que a ideia de um novo livro para ajudar filhos enlutados de trabalhadores da saúde surgiu na primavera passada.

    Stanley disse que a morte de um ente querido é “difícil em qualquer momento da vida de uma criança ou jovem”, mas as medidas introduzidas para combater o novo coronavírus “tornam muito mais difícil para eles se despedirem da maneira que estamos acostumados.”

    “Espero que este livro ajude as crianças e os jovens a se lembrarem de sua pessoa especial, cujo trabalho era ajudar os outros”, acrescentou ela.

    O autor Chris Connaughton disse que se sentiu “privilegiado” pela oportunidade de escrever o livro e abordar tais questões emocionais para os jovens.

    “Eu queria fornecer uma conexão, apoio e esperança durante os tempos difíceis e horríveis de luto”, disse ele.

    Ele acrescentou que foi uma honra ter o apoio do príncipe Harry para o projeto “e compartilhar suas palavras abertas, sinceras e honestas com as crianças de todo o país”.

    O livro, que estará disponível para qualquer jovem no Reino Unido que tenha sido afetado pela morte de um trabalhador da saúde, destaca os serviços disponíveis em três organizações de luto: Simon Says, Child Bereavement UK e Winston’s Wish.

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)

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