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    Hamas avalia nova proposta de cessar-fogo e libertação de reféns; veja detalhes

    Última proposta, que Israel ajudou a elaborar mas com a qual não concordou totalmente, é apresentada em duas fases

    Becky AndersonJeremy Diamondda CNN

    em Jerusalém e Riad

    O Hamas está avaliando uma nova proposta feita pelo Egito que exige que o grupo liberte até 33 reféns em troca de uma pausa nas hostilidades na Faixa de Gaza, disse uma fonte israelense familiarizada com as negociações e uma fonte diplomática estrangeira à CNN.

    A última proposta, que Israel ajudou a elaborar, mas com a qual não concordou totalmente, inclui duas fases.

    A primeira exige a libertação de 20 a 33 reféns durante várias semanas em troca da pausa e da libertação dos prisioneiros palestinos.

    Já a segunda etapa é o que fontes descreveram como “restauração da calma sustentável”, durante a qual os restantes reféns, os soldados israelenses cativos e os corpos dos reféns seriam trocados por mais prisioneiros palestinos.

    Uma fonte diplomática familiarizada com as negociações disse que a referência à calma sustentável era “uma forma de concordar com um cessar-fogo permanente sem chamá-lo desta maneira”.

    Após meses de impasse, um acordo de ambos os lados seria um passo importante para acabar com a guerra.

    Entretanto, ao mesmo tempo, falta de entendimento poderá aprofundar a atuação de Israel em Gaza, que provavelmente lançará uma invasão terrestre em grande escala na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de palestinos estão abrigados.

    Aliados de Israel, incluindo os Estados Unidos, alertaram contra a operação devido ao potencial de vítimas civis em grande escala.

    Hamas deve se reunir com mediadores

    Israel aguarda uma resposta do Hamas, que deve se reunir com mediadores egípcios e cataris no Cairo nesta segunda-feira (29), disseram as fontes.

    Espera-se que uma delegação israelense de trabalho do Mossad, Shin Bet — duas agências de inteligência de Israel — e oficiais militares viajem ao Cairo nesta terça-feira (30), destacaram a fonte israelense e outra autoridade de Israel.

    Uma resposta de Yahya Sinwar, o líder do Hamas em Gaza, é esperada dentro de alguns dias – possivelmente nas próximas 24 horas.

    A duração da primeira fase da pausa nas hostilidades estaria ligada ao número de reféns libertados, com o texto mais recente exigindo uma pausa de um dia para cada refém, pontuou a fonte israelense, embora se espere que este número mude durante negociações mais profundas.

    A libertação de 40 reféns para um cessar-fogo de seis semanas tem sido a base das negociações durante meses, mas Israel concordou em aceitar menos reféns na primeira fase, depois do Hamas ter restringido a sua oferta a menos de 20 pessoas no início deste mês.

    Proposta “extraordinariamente generosa”

    O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta segunda-feira que o Hamas recebeu uma proposta de cessar-fogo que é “extraordinariamente generosa por parte de Israel”.

    “Neste momento, a única coisa que se interpõe entre o povo de Gaza e um cessar-fogo é o Hamas”, disse Blinken ao presidente do Fórum Econômico Mundial, Børge Brende, na capital saudita, Riade.

    “Eles (Hamas) têm que decidir e têm que decidir rapidamente. Tenho esperança de que eles tomem a decisão certa”, concluiu.

    O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, também falando em Riade, disse estar esperançoso de que Israel e o Hamas aceitem a proposta.

    “Há uma proposta sobre a mesa, que cabe aos dois lados considerar e aceitar, mas certamente o objetivo é um cessar-fogo, um cessar-fogo permanente e lidar com as condições humanitárias”, observou Shoukry.

    Ele também comentou estar esperançoso de que “a proposta tenha sido levada em consideração” e que “estamos à espera de uma decisão final”.

    “Restauração da calma sustentável”

    As autoridades de Israel manifestaram abertura à negociação da “restauração da calma sustentável” como parte de um acordo abrangente que acabaria efetivamente com a guerra.

    Uma fonte israelense familiarizada com as negociações disse que o Egito propôs que as partes concordassem com um cessar-fogo de um ano como parte de um acordo abrangente que levaria à retirada das forças israelenses de Gaza e à libertação de todos os reféns restantes e dos corpos daqueles que morreram.

    A CNN entrou em contato com o governo egípcio e aguarda retorno.

    Famílias de reféns sentam-se dentro de jaulas pedindo o retorno dos reféns, durante protesto em 30 de março de 2024 em Tel Aviv / Alexi Rosenfeld/Getty Images

    O Hamas insistiu que um cessar-fogo permanente e uma retirada total de Israel de Gaza deveriam fazer parte do entendimento. Até agora, Israel tem afirmado que a sua operação em Gaza continuará até que o Hamas seja erradicado.

    Israel também concordou com o movimento irrestrito de palestinos para o norte de Gaza, afirmaram as fontes, uma exigência fundamental do Hamas que atrasou as negociações no passado.

    “Única chance de deter operação em Rafah”

    Pairando sobre as negociações está a perspectiva cada vez mais provável de uma ofensiva militar israelense em Rafah, que as autoridades de Israel sinalizaram durante meses, mas que agora estão contendo, dizendo que querem dar espaço às negociações.

    Mas fontes israelenses caracterizaram o mais recente esforço egípcio para mediar um acordo como a última oportunidade para evitar essa ofensiva.

    “A única chance de deter Rafah é um acordo”, destacou a fonte israelense familiarizada com as negociações.

    Os EUA e outros aliados de Israel alertaram que essa operação não terá seu apoio se não forem tomadas medidas adequadas para garantir a segurança dos civis.

    “Os preparativos para entrar em Rafah continuam. Em qualquer acordo, se houver, Israel não desistirá dos objetivos da guerra”, advertiu a autoridade israelense.

    “Ainda não vimos um plano que permita proteger eficazmente os civis”, alertou.

    O conselheiro de comunicações do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, informou no domingo (28) que Israel disse aos seus homólogos dos EUA que não lançará uma invasão em Rafah até que o governo Biden possa compartilhar suas preocupações.

    “Acho que precisamos entender melhor os israelenses sobre o que eles querem fazer, na verdade, tivemos várias conversas de equipe com eles, pretendemos fazer mais isso”, disse ele à ABC.

    “Eles nos garantiram que não entrariam em Rafah até que tivéssemos a oportunidade de realmente compartilhar nossas perspectivas e preocupações com eles”, adicionou.

    Em um telefonema também no domingo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o presidente dos EUA, Joe Biden, abordou a necessidade de aumentar a assistência humanitária e “reiterou a sua posição clara” sobre uma potencial invasão em Rafah, de acordo com a Casa Branca.

    Aumento do número de mortos

    O número de mortos pelas ações de Israel em Gaza continuou aumentando durante o fim de semana.

    Vinte pessoas, incluindo pelo menos duas crianças, morreram após um ataque aéreo israelense sobre Rafah, de acordo com autoridades de um hospital.

    E na Cidade de Gaza, sete palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos em dois ataques aéreos israelenses durante a noite, afirmou o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmmoud Basal, à CNN.

    Em outro caso, duas pessoas morreram e várias outras ficaram feridas quando um ataque aéreo israelense atingiu uma casa pertencente à família Hijazi no bairro de Sabra, no centro da cidade de Gaza, segundo Basal.

    *Amy Cassidy, Abeer Salman, Kareem Khadder, Mohammed Tawfeeq e Mostafa Salem, da CNN, contribuíram para esta reportagem

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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