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    Hamas afirma que dois reféns israelenses estão mortos; Israel diz que vídeos são tortura psicológica

    Grupo divulgou três vídeos em um período de 24 horas mostrando três detidos na Faixa de Gaza

    Andrew CareyLianne KolirinTara Johnda CNN

    Israel disse, nesta segunda-feira (15), que o Hamas está realizando tortura psicológica, já que o grupo divulgou três vídeos em um período de 24 horas mostrando três reféns detidos em Gaza.

    O último vídeo parece mostrar dois dos reféns mortos.

    “O Hamas foi gravemente atingido pelas [Forças de Defesa de Israel] FDI e tudo o que lhes resta é trazer tormento psicológico às famílias [dos reféns], deixando às FDI esclarecer as coisas para as famílias”, disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, a repórteres na segunda-feira.

    O primeiro vídeo, divulgado no domingo, mostrava os três reféns – Noa Argamani, Itai Svirsky e Yossi Sharabi – falando para uma câmera, e terminava com uma legenda que dizia: “Amanhã iremos informá-lo sobre o destino deles”.

    Um segundo vídeo, divulgado na segunda-feira, em uma aparente tentativa do Hamas de aumentar as preocupações, repetiu a mensagem de que o destino dos três reféns seria em breve tornado público.

    O terceiro vídeo, divulgado na segunda-feira, parecia mostrar os cadáveres de dois dos reféns, Svirsky e Sharabi. Também apresentava Noa Argamani dizendo que os dois homens foram mortos por bombardeios israelenses.

    Não está claro se Argamani falou sob coação. O vídeo também é altamente editado, com adição de efeitos de áudio e looping de algumas de suas palavras.

    O porta-voz chefe das FDI, Daniel Hagari, abordou os vídeos em seu briefing na noite de segunda-feira, dizendo que Itai Svirsky não havia sido atingido pelas forças israelenses, como afirmava o terceiro vídeo.

    Ele disse que as FDI não atingiram o prédio onde os três estavam detidos, como afirma o vídeo, mas atingiram as proximidades.

    “Não atacamos em locais onde sabemos que pode haver reféns”, disse Hagari.

    “Em retrospectiva, sabemos que atingimos alvos perto do local onde estavam detidos. Estamos investigando o evento e suas circunstâncias, examinando as imagens distribuídas pelo Hamas, juntamente com informações adicionais à nossa disposição”, completou.

    O porta-voz do Exército acrescentou que os representantes das FDI se reuniram com as famílias dos três reféns e os atualizaram sobre as informações mais recentes de que dispunham, acrescentando que as FDI “expressaram grande preocupação” com o destino de dois dos cativos.

    A CNN não está mostrando os vídeos e não é possível verificar imediatamente quando e onde foram filmados.

    “Por favor, saiba que eu te amo muito”

    O Hamas e outros grupos levaram cerca de 240 reféns para Gaza em 7 de Outubro. Mais de 100 reféns israelenses e estrangeiros foram libertados durante uma trégua de uma semana no final de novembro, com palestinos detidos em prisões de Israel sendo libertados em troca dos israelenses.

    Israel acredita que 132 reféns permanecem em Gaza, e cerca de 107 ainda estão vivos.

    Argamani, 26 anos, que apareceu falando em dois dos vídeos, foi sequestrada no festival Nova ao lado do namorado Avinatan Or.

    Argamani foi vista em um vídeo, divulgado na época pelo Hamas, sendo arrastada em uma motocicleta.

    Refém Israel Hamas Gaza
    Noa Argamani foi sequestrada no festival Nova ao lado do namorado no dia 7 de outubro. / Reprodução

    Sua mãe Leora tem câncer no cérebro em estágio quatro e, em um vídeo que gravou no final do ano passado, ela implorou pelo retorno seguro da filha, dizendo: “Noa, quero te dizer que, se eu não te ver, por favor, saiba que eu te amo muito.”

    Svirsky foi sequestrado enquanto visitava sua família no kibutz Be’eri, de sua casa em Tel Aviv. O cidadão alemão-israelense, de 38 anos, tinha estado na casa da sua mãe, Orit Svirsky, uma empenhada ativista pela paz.

    Orit foi baleada na frente dele e mais tarde descobriu-se que seu ex-marido Rafi – pai de Svirsky – também foi assassinado, junto com seus três cães.

    A avó materna de Svirsky, Aviva Sela, de 97 anos, sobreviveu ao ataque, mas sua cuidadora filipina, Grace Cabrera, 45, foi morta.

    Svirsky é formado em psicologia e economia e recentemente começou a trabalhar como coach, disse sua família à CNN.

    Segundo sua família, um dos reféns libertados em novembro contatou sua irmã para avisá-la de que estava vivo após memorizar o número de telefone dela. Essa foi a última “prova de vida” da família.

    * Amir Tal e Ivana Kottasová, da CNN, contribuíram para esta reportagem

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