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    Há quase 50% de chance de o mundo atingir 1,5ºC de aquecimento em 5 anos, diz OMM

    Segundo relatório anual da organização, há uma probabilidade de 93% de algum ano até 2026 ser o mais quente que se tem registro

    Léo LopesRenata Souzada CNN , em São Paulo

    Segundo o relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM), há uma probabilidade de quase 50% de que o mundo atinja temporariamente 1,5ºC de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais em algum dos próximos cinco anos.

    A atualização é feita com base na avaliação de cientistas climáticos e de sistemas de previsão de diversos centros do clima ao redor do mundo.

    Leon Hermanson, que integra o Met Office, gabinete do serviço nacional de meteorologia do Reino Unido, explica que “um único ano de ultrapassagem acima de 1,5°C não significa que tenhamos ultrapassado o limiar emblemático do Acordo de Paris, mas revela que estamos cada vez mais próximos de uma situação em que 1,5°C poderia ser ultrapassado durante um período prolongado”.

    O Acordo de Paris é um tratado mundial em que os países se comprometem a impedir que o aquecimento do planeta supere 2ºC neste século. Há ainda uma tentativa de limitar o aumento das temperaturas a 1,5ºC.

    Ainda de acordo com a OMM, há uma chance de 93% de que um dos anos entre 2022 e 2026 seja o mais quente que se tem registro. Atualmente, o primeiro lugar é do ano de 2016.

    “Este estudo mostra – com um elevado nível de competência científica – que estamos a nos aproximar, de forma mensurável, de atingir temporariamente o objetivo mais baixo do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. O valor de 1,5°C não é uma estatística aleatória. É antes um indicador do ponto em que os impactos climáticos se tornarão cada vez mais prejudiciais para as pessoas e, de fato, para todo o planeta”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

    Segundo um relatório provisório da organização, no ano passado a temperatura estava 1,1ºC acima dos níveis pré-industriais. A avaliação final sobre 2021 deve ser divulgada em 18 de maio.

    Em uma pesquisa realizada pela Rede Interamericana de Academias de Ciências (IANAS), há indícios de que o continente americano deve enfrentar aumentos na mortalidade e nos problemas de saúde relacionados ao calor.

    Para os pesquisadores, os resultados demonstram que as mudanças climáticas, além de afetar as condições ambientais, podem gerar graves consequências para a saúde humana.

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