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    Guerreiros da Idade do Ferro foram enterrados em camas de penas, descobre estudo

    Em dois túmulos encontrados na Suécia, as penas de pássaros indicam que os guerreiros pertenciam aos escalões superiores da sociedade

    Por Amy Woodyatt, da CNN

    Guerreiros da Idade do Ferro foram enterrados em camas com penas de pássaros, segundo mostra um artigo publicado pela revista Journal of Archaeological Science: Reports

    A descoberta ocorreu no cemitério Valsgärde, perto de Uppsala, no centro da Suécia. O local é
    conhecido por abrigar túmulos de barco de 600 e 700 d.C., no período merovíngio, anterior à Era Viking.

    Cientistas do Museu da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia estudaram os túmulos de barcos de dois homens, considerados pertencentes a guerreiros de alto escalão porque estavam equipados com capacetes adornados, escudos e armas. Eles foram preparados para suas jornadas ao “submundo”.

    Os barcos tinham cerca de 10 metros de comprimento e espaço para quatro a cinco pares de remos e eram adornados com provisões, utensílios para cozinhar e caçar até a última viagem. Animais, incluindo cavalos, eram colocados por perto.

    “Os guerreiros enterrados parecem ter sido equipados para remar até o submundo, mas também para poder desembarcar com a ajuda dos cavalos”, disse Birgitta Berglund, professora emérita de arqueologia do museu, em comunicado.

    Mas os pesquisadores descobriram uma adição mais surpreendente às sepulturas: várias camadas de edredom foram encontradas sob os guerreiros.

    “O sono da beleza também foi cuidado na morte. Foi encontrada roupa de cama sob os dois
    guerreiros”, complementou Berglund.

    Segundo a professora, embora os gregos e romanos ricos tivessem suas camas algumas centenas de anos antes, o móvel não era amplamente usado pelos europeus ricos até a Idade Média.

    Especialistas dizem que o conteúdo das camas servia para mais do que encher os barcos – e que as plumas que elas possuíam, as mais antigas conhecidas na Escandinávia, poderiam indicar que os guerreiros pertenciam aos escalões superiores da sociedade.

    A análise microscópica mostrou que as camas continham penas de gansos, patos, perdizes, corvos, pardais, aves pernaltas e até mesmo corujas.

    “Ainda estou surpreso com o quão bem as penas foram preservadas, apesar do fato de terem ficado no solo por mais de mil anos”, disse o biólogo Jørgen Rosvold, que estudou o material das penas.

    De acordo com Berglund, no folclore nórdico, o tipo de penas na cama de uma pessoa moribunda era importante.

    “Por exemplo, as pessoas acreditavam que o uso de penas de galinhas domésticas, corujas e outras aves de rapina, pombos, corvos e esquilos prolongaria a luta contra a morte. Em algumas áreas escandinavas, as penas de ganso eram consideradas as melhores para permitir que a alma fosse libertada do corpo”, explicou.

    Os especialistas também encontraram uma coruja-real decapitada em uma das sepulturas. “É
    concebível que a cabeça da coruja tenha sido cortada para evitar que ela voltasse [dos mortos].
    Talvez a pena da coruja na cama também tivesse uma função semelhante”, ressaltou a professora.

    O artigo destacou que, em alguns cemitérios Viking, as espadas foram dobradas antes de serem enterradas para impedir que fossem usadas se o guerreiro acordasse.

    “Em Salme, na Estônia, foram encontradas recentemente sepulturas de barco do mesmo período que são semelhantes às de Valsgärde. Duas aves de rapina com cabeça decepada foram encontradas lá”, finaliza Berglund

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)