Guerra no Oriente Médio acirra focos de tensão entre potências militares, segundo especialistas
Avaliação é de que uma tentativa da China de tomar Taiwan seria um desafio também aos EUA
![Bandeiras de Israel são hasteadas em tanques de guerra Bandeiras de Israel são hasteadas em tanques de guerra](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/10/tanques-de-guerra-israel-fronteira-gaza.png?w=1215&h=674&crop=1)
A escalada da guerra no Oriente Médio colocou em evidência também a atuação de Estados Unidos, China e Rússia. Potências militares que têm se colocado de lados opostos no conflito.
Os americanos, desde o início, apoiaram a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e defendem no Conselho de Segurança da ONU uma resolução que garanta o direito de autodefesa de Israel, sem exigências de cessar-fogo.
Até agora quatro resoluções fracassaram. Neste cenário, a China assume a Presidência rotativa do Conselho, no lugar do Brasil, e tenta se posicionar como pacificadora, apesar de especialistas acreditarem ser pouco provável uma solução diplomática. O que está em jogo também são as movimentações militares destes países em outras frentes.
A China voltou a alertar, nesta semana, que “não mostrará misericórdia” contra qualquer movimento a favor de Taiwan, a ilha autônoma que o Partido Comunista da China, no poder, reivindica como sua. A declaração aconteceu durante um fórum de segurança promovido pelo país.
Em seu discurso, o principal oficial militar do Partido Comunista, general Zhang Youxia, fez críticas veladas aos Estados Unidos, que estavam presentes. Pequim cortou o diálogo militar de alto nível com Washington em agosto passado, em retaliação a uma visita da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan.
Os chineses mantêm, constantemente, navios de guerra próximos à ilha como uma demonstração de força e atacam tentativas de interferência, como a venda de armas pelo governo de Joe Biden a Taiwan.
Para Carlos Gustavo Poggio, professor do departamento de ciência política da Universidade de Berea, nos Estados Unidos, a tensão geopolítica entre China e Estados Unidos é a principal questão das relações internacionais do século XXI. “Estamos de volta a um momento de atritos entre grandes potências e uma guerra na região pode ser ainda mais ampla”.
Poggio afirma que “é possível que um conflito na região de Taiwan esteja no começo”.
“Caso a China tome alguma atitude no mar do sul do país e os norte-americanos não reajam, pode causar uma perda de credibilidade internacional, além de uma crise política interna, visto que o congresso norte-americano é muito forte na defesa por Taiwan”, afirma Poggio.
VÍDEO: Rafah foi aberta graças à liderança dos EUA, diz Biden
Um potencial encontro entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente americano, Joe Biden, nos Estados Unidos, no próximo mês, é visto pelos dois lados como uma oportunidade importante para estabilizar os laços.
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, disse em uma entrevista de imprensa na semana passada que as autoridades chinesas “teriam intercâmbios” com a delegação dos EUA.
“A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações militares entre a China e os Estados Unidos”, disse Wu, acrescentando que esperava uma “atmosfera favorável para o desenvolvimento saudável e estável” das suas relações militares, segundo a mídia estatal.
Fausto Godoy, embaixador aposentado, que serviu em onze países asiáticos, incluindo a China, e trabalhou no escritório comercial do Brasil em Taiwan, alerta para a gravidade que um possível conflito teria na ordem mundial.
“Os ocidentais estão brincando com fogo, Taiwan faz parte da alma chinesa e o resgate de Taiwan é muito importante para a China”, menciona.
“É preciso que o continente e Taiwan negociem. É preciso usar esse caminho para continuar conversando o que deveria ter sido resolvido em 1949. É um legado que vem sendo carregado desde então e precisa ser administrado, até ser resolvido”, completa.
Apesar de uma possível escalada nas tensões, o professor visitante da Universidade de Relações Exteriores da China, Marcus Vinícius de Freitas, pondera que uma ação militar na região não interessa aos chineses neste momento.
“Em primeiro lugar, a China quer evitar uma colisão internacional, considerando as alianças diplomáticas dos EUA, o que causaria uma deterioração na economia chinesa. Além disso, os chineses possuem uma visão de longo prazo sobre o Taiwan. A perspectiva é de que, naturalmente, Taiwan voltará a fazer parte de uma China continental, assim como aconteceu com Hong Kong e Macau”.
Marcus Vinicius, no entanto, destaca que os chineses querem o domínio do território. “Por isso, os chineses não abrem mão do controle na região e da soberania sobre Taiwan. Em caso de uma escalada do conflito, o governo chinês buscaria, em primeiro lugar, o multilateralismo. Mas o instrumento militar poderia ser utilizado”, afirma o professor.
* Com informações da CNN Internacional
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local
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Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico
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Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino
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Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza
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Prédios destruídos na Faixa de Gaza
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Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia
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As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7)
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7)
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel.
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel
Crédito: 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa - 28 de 46
Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel
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Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
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Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza
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Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza
Crédito: 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen - 36 de 46
Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023
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Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza
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Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
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Hospital em Gaza é atingido por um míssil
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Hospital atacado em Gaza
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Crédito: 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa - 44 de 46
Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis
Crédito: Ahmad Hasaballah/Getty Images - 45 de 46
Tanque de guerra israelense
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Ataque de Israel contra Gaza
Crédito: 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem