Guerra em Israel: ajuda humanitária está retida na fronteira entre Gaza e Egito; veja o que se sabe
Egito enfrenta pressão para abrir passagem aos moradores da região como ajuda humanitária
O Egito enfrenta uma pressão crescente para agir enquanto a vizinha Gaza é atingida por ataques israelenses após o ataque do fim de semana passado em Israel pelo Hamas.
Na sequência dos ataques, Israel fechou as suas duas passagens fronteiriças com Gaza e impôs um “cerco total” ao território, bloqueando o fornecimento de combustível, eletricidade e água.
Porém, deixou a passagem de Rafah, entre Gaza e o Egipto, como a única saída viável para tirar as pessoas do enclave — e os fornecimentos para ele.
Mas, esta passagem esteve fechada durante grande parte da semana passada. Nem os habitantes de Gaza, nem os estrangeiros conseguiram atravessar.
Um oficial da fronteira palestina disse à CNN que o Egito bloqueou os portões da passagem com lajes de concreto.
O Egito negou relatos de que fechou o seu lado da passagem e disse que o lado de Gaza foi danificado por repetidos ataques aéreos israelenses.
O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, disse à CNN no sábado (14) que a passagem estava aberta, mas os bombardeios aéreos tornaram as estradas “inoperáveis” no lado de Gaza.
Ajuda está presa na passagem
Toneladas de suprimentos humanitários vitais para as pessoas em Gaza estão acumulando no lado egípcio da fronteira.
Voos de ajuda da Jordânia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Organização Mundial da Saúde e Cruz Vermelha chegaram à cidade egípcia de El-Arish, a aproximadamente 45 quilômetros de distância de Rafah, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal egípcia.
A Cruz Vermelha tem armazéns cheios de ajuda humanitária e o estádio El-Arish foi preparado para acomodar mais ajuda, disse um funcionário no sábado.
Um avião da Organização Mundial da Saúde (OMS) transportando suprimentos médicos também pousou no Egito no sábado, informou o diretor-geral Tedros Adhanom.
No entanto, a organização ainda aguarda acesso humanitário através da travessia.
Esforços diplomáticos
Shoukry, o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, disse à CNN que o país tentou enviar ajuda humanitária para Gaza, mas não recebeu a autorização adequada para fazer.
O Egito informou no domingo que intensificaria os seus esforços para tentar ajudar as organizações de ajuda humanitária a entregar ajuda a Gaza, embora uma declaração da presidência egípcia afirmasse que “a segurança nacional é uma linha vermelha e que não há compromisso na sua proteção”.
A equipe do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manteve conversações com Israel e Egito sobre o envio de ajuda a Gaza e a garantia de passagem segura para americanos e outros civis fora do território.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse à CNN no domingo que o Egito estava disposto a permitir que os americanos atravessassem em Rafah, mas um grupo deles foi bloqueado pelo Hamas.
As preocupações do Egito
O Egito, que já acolhe milhões de migrantes, está preocupado com a perspectiva de centenas de milhares de refugiados palestinianos atravessarem o seu território. Mais de dois milhões de palestinos vivem em Gaza.
Os meios de comunicação egípcios soaram alarmes sobre a perspectiva de permitir a entrada de refugiados palestinos no país, alertando que isso poderia deslocar à força os habitantes de Gaza para o Sinai.
O presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, ecoou esses sentimentos na quinta-feira. “Há um perigo” quando se trata de Gaza, disse ele, “um perigo tão grande, porque significa o fim desta causa (palestina)… É importante que o povo (de Gaza) permaneça de pé e nas suas terras”.
Veja também: Ministro do Egito fala à CNN sobre rota de fuga de Gaza
