Guerra de Israel pode fazer economia palestina retroceder décadas, diz ONU
Organização publicou documento nesta quinta-feira que aponta para queda de índices econômicos e aumento da pobreza na Faixa de Gaza e na Cisjordânia após início da guerra em 7 de outubro
A guerra de Israel contra o Hamas poderá atrasar em décadas a economia palestiniana em Gaza e na Cisjordânia, de acordo com uma nova análise do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Um relatório divulgado nesta quinta-feira (9) pela organização pinta um quadro bastante negativo das condições econômicas no enclave palestino, onde mais de 10.700 pessoas foram mortas em resposta ao ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro a Israel, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, em Ramallah.
Desde o início do conflito, o número de palestinos que vivem na pobreza aumentou em 300 mil, segundo Abdallah Al Dardari, diretor do Escritório Regional do PNUD para os Estados Árabes.
Quase 1,5 milhão de pessoas em Gaza foram deslocadas desde o início dos combates no mês passado, de acordo com a Agência de Assistência e Obras da ONU, enquanto o bloqueio de Israel ao combustível, combinado com severas restrições à distribuição de alimentos, água e medicamentos, desencadeou uma crise humanitária no território.
As principais medidas económicas, incluindo as taxas de emprego e o PIB, caíram em Gaza e na Cisjordânia, de acordo com a análise do PNUD. O último mês de conflito eliminou 61% do emprego em Gaza e 24% do emprego na Cisjordânia, alerta o relatório.
Prevê-se que o PIB palestiniano tenha caído 4,2% após um mês de guerra, em comparação com as estimativas anteriores à guerra, uma perda de cerca de US$ 857 milhões. Se a guerra durar um segundo mês, esse número subiria para US$ 1,7 bilhão, uma perda de cerca de 8,4% do PIB, acrescenta.
“Isso é enorme”, disse Al Dardari em entrevista. “Há 30 anos que acompanho conflitos e escrevo sobre eles. Nunca vi um choque tão dramático em tão pouco tempo”, disse ele à CNN.
