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    Grupo rebelde diz que negociações de paz com governo da Colômbia estão em crise

    Exército de Libertação Nacional acusa governo de contrariar acordo; administração federal nega

    Julia Symmes CobbLuis Jaime Acostada Reuters

    As negociações de paz entre o governo da Colômbia e os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) estão em crise, disse o grupo guerrilheiro, enquanto o governo acusou os rebeldes de arrastarem o processo.

    Os dois lados reiniciaram as negociações em 2022, como parte da tentativa do presidente Gustavo Petro de alcançar a “paz total” entre administração federal e vários grupos armados, cujo conflito de seis décadas matou ao menos 450 mil pessoas.

    O ELN afirmou que a participação do governo em discussões regionais com as comunidades da província de Nariño contrariava o acordo de realizar um diálogo nacional com o apoio de órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU).

    “Agora que essa farsa, disfarçada de diálogo regional, é pública, o processo entra em crise aberta e somos obrigados a chamar nossa delegação para consultas”, advertiu o ELN em uma declaração publicada em seu site na noite de terça-feira (20).

    Os guerrilheiros ressaltaram ainda que os diálogos de paz, que estão entre ciclos de negociação, serão “congelados” até que o governo ajuste sua posição.

    A equipe de negociação do governo pontuou em comunicado que ele tem cumprido todos os seus compromissos e está conversando com as comunidades locais a pedido delas.

    “As decisões tomadas unilateralmente pelo ELN são de sua total responsabilidade e geram uma crise desnecessária que prolonga o confronto armado e a violência que as comunidades sofrem, além de enfraquecer a confiança da sociedade na vontade [dos rebeldes] de paz”, informou a delegação nesta quarta-feira (21).

    O ELN responderá com força a qualquer ruptura em um cessar-fogo recentemente estendido com o governo, observou o líder Antonio García à Reuters nesta semana.

    O grupo, fundado em 1964 por padres católicos radicais, tem 5.800 membros, incluindo cerca de 3 mil combatentes, e concordou, após um ciclo anterior de conversas, em acabar com os sequestros para resgate.

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