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    Governo Milei ameaça processar sindicalistas e abre canal de denúncias contra greve geral

    Administração federal enfrenta pressão contra megadecreto assinado pelo presidente

    Luciana Taddeoda CNN , em Buenos Aires

    O governo de Javier Milei deu início a uma campanha para desencorajar a participação na greve geral convocada pela principal central sindical do país, para a próxima quarta-feira (24).

    O protesto foi convocado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) contra o decreto de Milei e o mega-projeto de lei enviado ao Congresso, que alteram as leis trabalhistas e abordam a criminalização de manifestações.

    O ministro argentino da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, afirmou que pretende iniciar ações judiciais se a greve não tiver fundamentos legais. “Chega de governarem nosso país com greves”, pontuou em entrevista à rádio Neura.

    Segundo Libarona, a secretaria do Trabalho do país poderia declarar a greve ilegal e seus organizadores serem processados por “danos e prejuízos”.

    “Não vamos viver sob extorsão. Diante da extorsão, vamos à Justiça”, garantiu o ministro, destacando que, assim, protegerá “a sociedade, a criança que quer ir para a escola, o comerciante que quer vender”.

    Já o ministério da Segurança da Argentina, liderado pela ex-candidata presidencial Patricia Bullrich, disse, em postagem em uma rede social, ter criado um número de telefone para receber denúncias de empresários, comerciantes e trabalhadores que se sintam coagidos a participar da greve.

    “Sabendo da existência de extorsões, ameaças e pressões a trabalhadores para que no dia 24 de janeiro se somem à greve contra sua vontade, pelo perigo de perder seu trabalho ou ajuda social que recebem, habilitamos a linha 134 para denúncias”, anunciou o ministério.

    Segundo a pasta, os operadores da linha “foram instruídos a compilar a maior informação possível e para dar segurança a cada empresário, comerciante, trabalhador independente, transportador, empregado em relação de dependência ou beneficiário de algum plano se veja obrigado a parar”.

    “É fundamental que sejam encorajados a ligar. Desta maneira, estarão defendendo seu direito a trabalhar e viver em liberdade”, ressalta a publicação do ministério.

    Central sindical nega pressão

    Héctor Daer, líder da CGT, respondeu que a central sindical “não pressiona ninguém” e que as pessoas “vão chegar por sua conta” à manifestação.

    Além da greve geral, os sindicalistas organizam uma grande mobilização no Congresso para apoiar legisladores que votarão contra o mega-projeto de lei de Milei.

    A linha 134 também foi aberta antes da manifestação de organizações de esquerda em dezembro, 10 dias após a posse de Milei. Na ocasião, o governo pedia que a população denunciasse caso estivesse sendo ameaçada de perder auxílios sociais caso não participasse do protesto.

    A administração federal, por outro lado, ameaçou a retirada de auxílios sociais de quem bloqueasse ruas durante as manifestações. As duas medidas conseguiram esvaziar o protesto.

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