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    Governo do Reino Unido apoia J.K. Rowling em disputa de lei sobre crimes de ódio

    Autora de Harry Potter desafiou uma nova lei da Escócia contra crimes de ódio com publicações nas redes sociais afirmando que várias mulheres trans eram homens

    J.K. Rowling posa na noitede estreia de "Harry Potter and The Cursed Child" na Broadway, em Nova York, em 22 de abril de 2018.
    J.K. Rowling posa na noitede estreia de "Harry Potter and The Cursed Child" na Broadway, em Nova York, em 22 de abril de 2018. Bruce Glikas/Bruce Glikas/FilmMagic

    Paul Sandleda Reuters

    em Londres

    O governo britânico disse que J.K. Rowling não deveria ser presa por suas opiniões sobre pessoas trans.

    A autora de Harry Potter desafiou uma nova lei da Escócia contra crimes de ódio com publicações nas redes sociais afirmando que várias mulheres trans eram homens.

    Rowling fez os comentários na segunda-feira (1º), dia em que o crime de “incitar o ódio” relacionado à idade, deficiência, religião, orientação sexual e identidade transgênero entrou em vigor.

    O primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, disse que o projeto de lei tratava de “proteger as pessoas de uma onda crescente de ódio”.

    “A menos que o seu comportamento seja ameaçador ou abusivo e pretenda incitar o ódio, então não há nada com que se preocupar em termos das novas ofensas que estão sendo criadas”, disse ele.

    As mulheres não são protegidas como grupo nesta lei, mas o governo liderado pelo Partido Nacional Escocês em Edimburgo está considerando reformas separadas para combater a misoginia.

    A Escócia tem estado na vanguarda da extensão dos direitos à comunidade transgênero, mas uma tentativa anterior de tornar mais fácil a mudança de gênero legal foi bloqueada por Londres devido a preocupações de que poderia colidir com a legislação de igualdade existente.

    A nova lei sobre crimes de ódio também enfrentou críticas sobre o seu impacto na liberdade de expressão e preocupações de que pudesse ser usada para silenciar alguns pontos de vista, incluindo aqueles que defendem espaços exclusivos para mulheres.

    Rowling testou a lei listando 10 mulheres trans – incluindo uma estupradora condenada, abusadoras sexuais e ativistas famosas – no X (antigo Twitter) e dizendo que eram homens.

    “A liberdade de expressão e de crença chegará ao fim na Escócia se a descrição precisa do sexo biológico for considerada criminosa”, disse ela.

    Lei dá à polícia “prioridades erradas”, diz premiê britânico

    “Atualmente estou fora do país, mas se o que escrevi aqui for qualificado como uma ofensa nos termos da nova lei, espero ser presa quando retornar ao local de nascimento do Iluminismo Escocês”, completou.

    Os ministros escoceses já disseram anteriormente que cometer erros de gênero não seria um crime sob a nova lei.

    No entanto, a ministra das Vítimas e Segurança Comunitária, Siobhan Brown, disse à rádio BBC na segunda-feira que caberia à polícia decidir.

    O primeiro-ministro Rishi Sunak disse que o Reino Unido tem uma orgulhosa tradição de liberdade de expressão e que a nova lei deu à polícia prioridades erradas.

    Premiê britânico Rishi Sunak em Manchester / 4/10/2023 REUTERS/Toby Melville

    “Não deveríamos criminalizar as pessoas que dizem coisas de bom senso sobre sexo biológico”, disse ele aos repórteres. “Claramente isso não está certo.”

    India Willoughby, a primeira locutora transgênero da Grã-Bretanha e uma das listadas por Rowling , questionou por que alguém deveria “denegrir e zombar publicamente” das pessoas trans.

    “Que visão triste e patética. A autora mais conhecida do mundo sentada a noite toda para escrever um post megalongo sobre mim, porque ela está consumida pelo ódio às pessoas trans. Completamente perturbada”, disse Willoughby.

    A Federação Escocesa de Polícia disse que os policiais estavam sendo solicitados a aplicar novas leis quando os recursos estavam sendo cortados.

    “Estamos prevendo um grande número de reclamações em relação às postagens nas redes sociais e isso claramente criará muito trabalho extra”, afirmou.