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    Google anuncia que vai bloquear sites de notícias no Canadá após lei que exige pagamento

    A empresa disse que vai remover os links para sites de notícias canadenses dos resultados de pesquisa e de outros produtos quando a lei entrar em vigor, daqui cerca de seis meses

    Ismail Shakilda Reuters

    O Google disse, na quinta-feira (29), que planeja bloquear sites de notícias canadenses em sua plataforma no país. A plataforma se junta ao Facebook para intensificar a campanha contra uma nova lei que exige pagamento a portais de notícias locais.

    O Google, propriedade da empresa Alphabet, anunciou que vai remover os links para sites de notícias canadenses dos resultados de pesquisa e de outros produtos no Canadá quando a lei entrar em vigor, daqui cerca de seis meses.

    A proprietária do Facebook, Meta, fez um anúncio semelhante na semana passada após a aprovação do Projeto de Lei C-18, ou Lei de Notícias Online.

    A indústria de mídia do Canadá pediu uma regulamentação mais rígida dos gigantes da internet para permitir que as empresas de notícias recuperem as perdas financeiras sofridas nos anos em que Facebook e Google ganharam uma fatia maior do mercado de publicidade online.

    O órgão fiscalizador de orçamento independente no Canadá estimou no ano passado que as empresas de notícias poderiam receber cerca de C$ 330 milhões (quase R$ 1,2 bilhões) por ano com os acordos exigidos pela legislação.

    O ministro do Patrimônio canadense, Pablo Rodriguez, que apresentou o projeto de lei no ano passado, disse que as plataformas não têm obrigações sob a lei imediatamente e que o governo está aberto para ouvi-las sobre o processo de regulamentação e implementação.

    Facebook e Google disseram que as propostas eram insustentáveis ​​para seus negócios e por meses sinalizaram a possibilidade de acabar com a disponibilidade de portais de notícias no Canadá, a menos que a lei fosse alterada.

    O governo federal do Canadá rejeitou as sugestões para fazer mudanças, e o primeiro-ministro Justin Trudeau acusou, em junho, as empresas de usarem “táticas de intimidação”.

    “As grandes empresas de tecnologia preferem gastar dinheiro para mudar suas plataformas e impedir que os canadenses acessem notícias locais e de boa qualidade, em vez de pagar sua parte justa às organizações de notícias”, disse Rodriguez em comunicado na quinta-feira. “Isso mostra como eles são profundamente irresponsáveis ​​e distantes, especialmente quando ganham bilhões de dólares com usuários canadenses”.

    O presidente de assuntos globais do Google, Kent Walker, disse em um blog que a lei continua impraticável e que a empresa não acredita que o processo regulatório seja capaz de resolver “problemas estruturais com a legislação”.

    “Informamos ao governo que, quando a lei entrar em vigor, infelizmente teremos que remover links para notícias canadenses de nossos produtos Search, News e Discover no Canadá”, disse Walker.

    Os meios de comunicação afetados pela decisão do Google, quando as regras forem finalizadas para implementação, seriam baseados na definição do governo de “empresas de notícias qualificadas”.

    O Google também encerrará seu programa News Showcase no Canadá, segundo o qual a empresa tem acordos com 150 veículos de notícias em todo o país. A Reuters tem um contrato com o Google para produzir painéis pelo News Showcase, inclusive no Canadá.

    A lei obriga as plataformas online a negociar com empresas de notícias e pagar por seu conteúdo.

    Uma lei semelhante aprovada na Austrália em 2021 gerou ameaças do Google e do Facebook para reduzir seus serviços. Ambos fecharam acordos com empresas de mídia australianas depois que a legislação foi alterada.

    O Google argumentou que a lei do Canadá é mais ampla do que as da Austrália e da Europa, dizendo que coloca um preço nos links de notícias exibidos em resultados de pesquisa e pode ser aplicada a veículos que não produzem notícias.

    O gigante dos buscadores havia proposto que a exibição de conteúdo noticioso, em vez de links, fosse a base do pagamento e que apenas empresas que produzissem notícias de acordo com os padrões jornalísticos fossem elegíveis.